Roma é o destino ideal para aqueles que buscam conhecer mais sobre a formação da Europa e a história da arte. Além dos museus, praças e restaurantes, a cidade também abriga alguns dos locais mais bonitos para a fé Cristã, que fazem do turismo religioso no Vaticano uma tendência entre os turistas.

Vaticano: o menor país do mundo

O Vaticano possui uma característica singular para a história das nações, pois se trata do único caso de um Estado dentro de outro Estado.

Criado por volta do ano 40 d.C. pelo Imperador Calígula para servir como um espaço que recebia eventos e apresentações, ficou conhecido como o local onde São Pedro teria sido enterrado, o que resultou na construção da basílica de Constantino a partir do ano de 336 d.C. e oficializou a área como a residência oficial dos Papas.

Desde então, sua história é marcada por altos e baixos. Durante a Idade Média e o início da Renascença, época em que a Igreja Católica exercia influência na política europeia, chegou a ser considerado o centro do governo Romano. Período que é conhecido pelo crescimento do turismo religioso no Vaticano por fiéis que buscavam conhecer o Centro da Fé Cristã.

A soberania por um fio

No entanto, as reestruturações sofridas pela Europa a partir do século XV afetaram a soberania do Vaticano na região. Isto porque, até então, a Itália ainda não era considerada um país, mas uma região de principados, cuja unificação só aconteceu no final do século XIX pelo rei Vitor Emanuel II.

O monarca entendia que a cidade de Roma tinha uma importância fundamental para a criação de uma nação italiana, de modo que a transformou em capital da Itália e rebaixou o Vaticano ao título de bairro romano.

Esta “diminuição” não foi bem vista pelo Papa da época, Pio IX, que se recusou a reconhecer a soberania de Roma sob os territórios católicos e se declarou prisioneiro do estado laico.

Este conflito diplomático só teve solução com o Tratado de Latrão, assinado pelo Papa Pio X e Benito Mussolini em 1929, que transformou o Vaticano em um estado independente em troca do apoio da igreja ao governo italiano.

Segredos de Roma: o que visitar além dos conhecidos pontos turísticos.

Onde fica o Vaticano

O Vaticano pertence à Europa e se encontra dentro da cidade de Roma. Mas não se engane. O Vaticano não pertence à Itália. É um país independente.

Considerado uma Nação Eclesiástica ou “Teocrática-monárquica” governada pelo bispo de Roma, o Papa. Esta distinção não é simbólica e acarreta inclusive na criação de legislação, diplomacia e até exército próprio.

Existe até um passaporte para os cidadãos do Vaticano, que também o caracteriza como o menor país do mundo.

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Como chegar ao Vaticano

Para chegar no Vaticano é preciso chegar à Roma. A cidade-estado está fica ao lado do Bairro Prati, do rione Borgo (onde ficam as pequenas ruas que ligam o Rio Tibre e o Castel Sant’Angelo à Praça São Pedro), e também dos bairros Clodio e Aurelio.

Existem voos diretos do Brasil até o aeroporto internacional de Roma e, assim como o restante da União Europeia, tanto a Itália quanto o Vaticano não exigem visto para a permanência de brasileiros, desde que esta seja inferior ao período de 90 dias.

Uma vez dentro da capital italiana é possível chegar ao Vaticano por diversos meios, sendo que o mais rápido é o metrô. A linha A é a mais fácil, deixando os turistas a aproximadamente 1km tanto da Praça de São Pedro quanto dos Museus Vaticanos. A parada é Ottaviano.

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De trem ou de ônibus

O acesso até o local também é possível por meio de trem e ônibus. Caso esteja hospedado aos redores da Praça Navona e seu objetivo seja o turismo religioso no Vaticano, também é possível fazer o trajeto a pé. A caminhada dura aproximadamente 30 minutos com igrejas e catedrais ao seu redor.

Também é possível se hospedar dentro do próprio Vaticano. Esta opção não é das mais baratas, mas pode resultar em uma experiência interessante, principalmente pela vista da cidade que é muito iluminada durante a noite. O preço da diária nos hotéis vaticanos pode variar entre 70 e 100 euros.

Veja também o nosso guia de hotéis em Roma.

Horário de funcionamento

Existe um erro muito comum entre aqueles que já fizeram turismo religioso no Vaticano que é dizer que a cidade fecha suas portas ao público.

Isto não é verdade, assim como qualquer outra cidade, o Vaticano é aberto ao público e possui estabelecimentos com horário de funcionamento próprio.

Em geral, o horário para visitas de igrejas e museus vaticanos é das 9h às 18h, podendo variar aos fins de semana e feriados.

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Vestimenta e ingressos para o Vaticano

Aqueles que desejam fazer a rota de turismo religioso no Vaticano devem se precaver em alguns detalhes, como a vestimenta e a reserva de ingresso para as atrações.

A maioria dos locais visitados serão igrejas e museus, de modo que não é recomendado vestir regatas, blusas decotadas, shorts, bermudas, saias curtas e chapéus. Não precisa se cobrir por inteiro, vale o bom senso.

Também se recomenda o uso de sapatos confortáveis, tendo em vista que algumas locais como a Basílica de São Pedro, por exemplo, possuem mais de 300 degraus.

Compre antecipado e evite filas

Fique atento, pois trajetos como a Basílica de São Pedro e os Museus Vaticanos exigem a compra de ingressos antecipados. O ingresso para todas as paradas pode ser comprado inclusive em sites brasileiros. O preço varia entre 50 e 70 euros e garante um horário reservado para a visita, sem a necessidade de filas.

Não é necessário um guia para estes passeios, mas se houver interesse em saber um pouco mais da história dos locais, é possível encontrar profissionais capacitados na praça de São Pedro, alguns falam até português.

Leia mais sobre como adquirir os ingressos para os museus do Vaticano e para a Capela Sistina.

Quantos dias são necessários para conhecer o Vaticano?

O turismo religioso no Vaticano pode ser feito em um único dia. No entanto, se deseja aproveitar melhor cada local é recomendado que faça a visita em dois dias, separando um apenas para a Capela Sistina e os Museus do Vaticano, e o outro para visitar os pontos restantes.

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Turismo religioso no Vaticano: o que fazer

Confira abaixo os pontos turísticos cuja parada é obrigatória.

Basílica e Praça de São Pedro

Considerada um dos principais motivadores do turismo religioso no Vaticano, a Basílica de São Pedro abriga em seu interior a Santa Sede, o templo religioso onde o Papa realiza as missas mais importantes.

Um dos grandes destaques da Basílica está na sua arquitetura que levou cerca de 100 anos para ficar pronta e teve a participação de artistas como Bramante, Michelangelo e Carlo Maderno na construção de sua cúpula.

A obra é tão impressionante que também serviu de inspiração para outros projetos, como a Catedral de Londres e o Capitólio de Washington, nos Estados Unidos.

Visitando a cúpula  da Basílica

É possível subir até o topo da cúpula por meio de uma escadaria em formato de caracol com mais de 300 degraus que levam para uma vista privilegiada de Roma. A subida não é recomendada para todos os públicos e é comum que pessoas passem mal durante o trajeto.

Ela também abriga o túmulo do Primeiro Papa, São Pedro, localizado em uma área isolada do templo e algumas das mais importantes obras de arte do Renascimento, como o Baldaquino de Pernini e as estátuas La Pietà e O Trono de São Pedro, de Michelangelo.

Assista ao vivo à Missa Papal

Em frente a Basílica está situada a Praça de São Pedro. Conhecida por ser o local para assistir à missa do Papa no Vaticano. As missa são abertas ao público e ocorrem em uma das maiores praças do mundo, graças à sua arquitetura que combina traços romanos e barrocos, com arcos que envolvem seu pátio e permitem até 30 mil pessoas no local.

Ao centro da praça está localizado o Obelisco do Vaticano, um monumento egípcio que foi trazido à Roma pelo Imperador Calígula para decorar a “espinha” de seu novo Circo.

Alguns historiadores acreditam que foi no Obelisco que São Pedro foi martirizado. Esta crença faz do local um dos pontos mais procurados por aqueles que fazem turismo religioso no Vaticano.

O topo do obelisco está adornado com uma cruz que alguns acreditam ter sido feita com pedaços originais da cruz de Jesus Cristo, colocados ali pelo Papa Sixto V.

Capela Sistina

Outra parada obrigatória é a Capela Sistina. Situada no Palácio Apostólico, residência oficial dos Papas até a mudança de Francisco, em 2014, é famosa pela sua arquitetura inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, cuja decoração é rodeada por afrescos pintados por artistas da Renascença, como Michelangelo, Rafael, Perugino e Botticelli.

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É praticamente impossível passar por ela e não conferir algumas obras como a Criação de Adão, localizada na parte central da abóboda para representar a história do Gênesis, e a pintura do Juízo Final, exposta na parede atrás do altar para retratar o livro de Apocalipse. As duas obras foram pintadas por Michelangelo.

O local também é conhecido por sediar o conclave, processo pelo qual um novo Papa é escolhido.

Museus do Vaticano

Historicamente, a Igreja Católica também é conhecida pelo incentivo à produção artística, de modo que é natural que sua capital esteja rodeada por alguns dos principais museus do mundo.

Conhecidos como Museus do Vaticano, este conglomerado de galerias atrai fiéis que além do turismo religioso no Vaticano, procuram saber mais sobre a história da arte. Entre as mais famosas estão a Galeria de Rafael, a Galeria da Candelária e o Museu Gregoriano. A Capela Sistina também faz parte do circuito.

Atente-se, pois todos os anos a Igreja Católica lança um calendário no mês de janeiro com a programação dos Museus, incluindo datas em que a entrada é gratuita e indicações de atrações noturnas pelo local.

Se você pretende fazer um tour completo pelos Museus, indicamos a visita guiada pelos museus do Vaticano.

Castelo de Sant’Angelo

Outro atrativo para os apaixonados pela arte é o Castelo de Santo Angelo. Construído pelo Imperador Adriano, no ano de 135 d.C, possui mais de cinco andares com salas repletas de obras de arte e outros itens importantes para a história ocidental.

Ele também é conhecido por ter servido de fortaleza para os Papas em épocas de conflito, além de um capítulo interessante na vida do Papa Gregório I, que teria avistado o Arcanjo São Miguel no topo do castelo, em 590, anunciando o fim de uma epidemia.

Fazer turismo religioso na Vaticano é uma viagem que tem muito a acrescentar e pode ser a melhor das experiências da vida!

E não se esqueça de conferir nossa lista dos mais gostosos restaurantes em Roma.