A gastronomia não é o ponto forte dos holandeses. Mas isso não chega a ser um problema porque o país é moderno e multicultural, então dá para comer bem e experimentar delícias que se originaram em diversos pontos do mundo. Se você quer saber onde comer em Amsterdam, das comidas mais baratas até os restaurantes estrelados, leia esse roteiro completo que criei em quase quatro anos morando na cidade dos canais e das bicicletas.

Onde comer em Amsterdam?

Vamos deixar claro que os holandeses não têm uma cultura de fazer refeições longas e variadas. A culinária local é extremamente funcional e econômica: os pratos locais mais famosos são batatas fritas, croquete, purê e peixe em conserva. Eu diria que serve apenas para que ninguém morra de fome.

Por exemplo, é muito comum ver holandeses almoçando um sanduíche de queijo em qualquer lugar, dentro da sala de aula, no transporte público, ou no trabalho. Não é uma surpresa que as comidas mais tradicionais podem ser ingeridas de pé, em qualquer lugar.

A refeição mais importante para as famílias holandesas é o jantar e, mesmo assim, o cardápio não vai muito além, podendo incluir sopa de ervilha, pão, queijo, batatas, ou stamppot (um purê de batatas incrementado com vegetais e servido com salsicha ou bola de carne).

Por outro lado, a Holanda abriga comunidades internacionais que trouxeram variedade e tempero para essas terras baixas. Amsterdam tem sua própria “Chinatown”, diversos restaurantes com influência indonésia, turca, indiana, japonesa, italiana, e assim por diante. Ou seja, escolher um restaurante para comer em Amsterdam pode ser uma aventura pelo mundo.

Onde comer barato em Amsterdam?

Comer barato na capital holandesa é uma tarefa inglória e você deve considerar o gasto na hora de calcular quanto custa viajar para Amsterdam. A cidade é uma das mais caras do mundo, e isso se aplica também à comida.

Então, sugiro que tente economizar em duas refeições, recorrendo a snacks ou saladas, para fazer uma única refeição mais completa por dia. Ainda bem que existem diversas opções de comida de rua que vão acalmar seu estômago.

Febo

É impossível andar por Amsterdam sem avistar snacks da Febo atrás de pequenas vitrines, às vezes enchendo paredes inteiras com opções de croquetes (kroket), salgados com queijo (kaassouflé), frikandel (salsicha), e até hambúrgueres, que incluem opções vegetarianas. Basta colocar moedas e abrir a portinha de vidro para degustar.

À primeira vista pode parecer bizarro, mas os salgados da Febo estão sempre quentinhos e não deixam muito a desejar na qualidade.

máquinas de comida do Febo, onde comer em Amsterdam
Muito comum em Amsterdam, comer nas máquinas é uma experiência local. Foto: Peter Füssy

Em lojas maiores, há um balcão onde é possível pegar as tradicionais batatas fritas ou fazer sanduíches de croquete (isso mesmo, um pão seco aberto com croquete no meio). Cada croquete custa 3€ e uma porção média de batatas fritas, 3,35€. Poucas lojas possuem lugar para sentar.

Albert Heijn

Vou sugerir pegar comida em supermercado e você vai entender o motivo. Não é fácil comer barato em Amsterdam, todos sabem disso, inclusive a maior rede de supermercados da Holanda. Por isso, em todas as lojas do Albert Heijn você encontra diversas opções de comida pronta: wraps, saladas, sanduíches, salgados, sushi e outras refeições.

Na unidade localizada na Nieuwezijds Voorburgwal 226, atrás da famosa praça Dam, tem até pizza assada na hora. Uma salada Caesar pronta sai por 4€, enquanto uma bandeja de sushi custa entre 5€ e 9€. Combine com torta de maçã da padaria e smoothie, pronto, já tem uma refeição completa por cerca de 10€. Agora siga para o parque mais próximo e faça um agradável piquenique.

Döner Company

Como em muitas cidades europeias, comer barato significa uma coisa: döner kebab. Gosto mais da versão “no prato” chamada “kapsalon”, que consiste em batatas fritas cobertas com shawarma (aquela torre de carne girando, que conhecemos por “churrasco grego” no Brasil) e salada. Por cima, ainda vai queijo gratinado após alguns minutos no forno.

kapsalon como é conhecido o kebab no prato em Amsterdam
Comer kebab na Europa é bastante comum, a versão de Amsterdam deve ser provada. Foto: Peter Füssy

Você vai encontrar kapsalon em restaurantes turcos como o Döner Company, que possui diversas lojas, inclusive na estação Amsterdam Centraal. Mas também sugiro opções de restaurantes familiares como o Abi Patat, na Jan Tooropstraat 87, o Eethuis Sinbad, na Eerste Oosterparkstraat 137-139, e o Göreme Lunchroom, na Burgemeester de Vlugtlaan 162-164. Um bom kapsalon custa entre 10€ e 13€.

Vlaams Friteshuis Vleminckx

Os holandeses se gabam de ter a melhor batata frita do mundo, em uma disputa não muito saudável com a Bélgica. A grande diferença por aqui é a qualidade das batatas, o corte mais grosso e o fato de que as batatas são fritas mais de uma vez, o que garante crocância por fora e maciez por dentro.

Há diversas “portinhas” pelo centro de Amsterdam que vendem a famosa batata frita (ou friets) servida em um cone de papel com molho em cima. Muitas destas portinhas vão dizer que são as melhores da Holanda, mas eu só acredito na Vlaams Friteshuis Vleminckx, que fica na Voetboogstraat 33.

Vai ter fila a qualquer hora do dia, mas ela anda rápido. A porção pequena sai por 2,80€ e a maior por 4,90€, com um molho por mais 0,90€ e dois molhos por 1,20€. A lista de molhos é extensa e pode ser difícil de escolher, então decida antes de chegar ao caixa para não ser alvo de olhares furiosos dos mais impacientes.

De Laatste Kruimel

Essa é a minha pequena joia de Amsterdam. Só conheci porque estudei em um dos prédios da Universidade de Amsterdam que fica ao lado, e sempre foi a melhor opção para almoços rápidos no centro. Mas, ao mesmo tempo, é um pequeno café com identidade e uma micro varanda charmosa que dá para um canal. Se conseguir sentar ali, considere-se num dia de sorte.

Fachada do Laatse Kruimel
Quer um almoço rápido no centro da cidade? O Laatse Kruimel pode surpreender! Foto: Peter Füssy

A vitrine do De Laatste Kruimel é apinhada de tortas, quiches, saladas, bolos e pães. O menu é escrito à mão, mas não varia muito. Entre os meus pedidos mais recorrentes estão o sanduíche de peru com maionese trufada e pepino (6,90€) e o sanduíche aberto quente de queijo de cabra com rúcula e geleia agridoce de maçã (7,90€).

Omelegg

Como o nome já entrega, a estrela do Omelegg é a omelete. Mas não é uma omelete qualquer. São combinações feitas com os mais variados tipos de queijo, bacon, salame, linguiça, brócolis, cogumelos, e até uma ousada mistura doce, com banana e manteiga de amendoim. É uma boa escolha tanto para café da manhã, brunch ou almoço.

A omelete mais simples custa 7,50€ e a mais cara 14,50€, com salmão defumado, avocado, espinafre e queijo trufado. Todas as variações acompanham salada e pão. Normalmente, forma-se uma pequena fila do outro lado da rua, então vá com algum tempo sobrando. Há uma unidade perto da estação central, na Nieuwebrugsteeg 24, e outra no bairro De Pijp, na Ferdinand Bolstraat 143.

Soup en Zo

Sopa é janta? Na Holanda, sim. E também almoço. As temperaturas médias ultrapassam os 20 °C apenas por três meses no ano: junho, julho e agosto. Se você estiver visitando fora desse período, o mais provável é encontrar temperaturas entre 5 °C e 10 °C, então almoçar uma sopa quentinha e substanciosa não é má ideia.

O Soup en Zo é um sucesso tanto com turistas como locais, que levam para casa potes gigantes de sopa. A maioria das opções são bastante temperadas e densas, como é o caso da sopa de especiarias com lentilhas vermelhas, pimentão assado, lima e cominho, e a sopa picante de abóbora com curry vermelho fresco, coco e capim-limão.

Os preços variam de 5,15€ (pote pequeno vegetariano) a 8,95€ (pote grande com proteína). Não deixe de incluir uma ou mais fatias de pão artesanal por 0,40€ cada. O Soup en Zo tem quatro unidades em Amsterdam, sendo a mais central na Haarlemmerstraat 87.

Melhores lugares para comer em Amsterdam

Enquanto opções baratas para comer são difíceis de encontrar, Amsterdam tem uma intensa cena de alta gastronomia, com nada menos do que 33 restaurantes estrelados pelo guia Michelin, sendo 7 deles duas estrelas. Aqui vão minhas dicas para comer bem em Amsterdam sem se preocupar tanto com o orçamento.

Foodhallen

Imagine toda a variedade gastronômica da cidade em um só lugar. Este lugar fica na Bellamyplein 51 e se chama Foodhallen. São 20 estandes que oferecem desde hot dogs gourmets (9€ na Bulls & Dogs) até ostras frescas (4€ a unidade no Mer du Nord), passando por pizza, tacos, dumplings orientais e kebab.

Como são muitas opções, vou destacar aqui alguns favoritos. Primeiro, o estande que talvez seja o menos chamativo: Padrón, que faz comida de rua vegetariana com toque local. Daquela banca, saem tempurá de vegetais (9,90€ a porção grande) e um hambúrguer com cogumelo Portobello inteiro que são uma delícia.

Já o Maza é especialista em comida mediterrânea e oferece um prato para partilhar com pastas como húmus e babaganush, salada e pão por 12,70€. Por fim, os hambúrgueres suculentos do The Butcher, especialmente o Truffle Burger (11,45€) e o The Daddy (14,45€). Não deixe de acrescentar a batata doce frita (5,25€).

No Foodhallen, há estandes específicos para bebidas, com drinks variados, torneiras de cervejas especiais e vinhos. Então, depois de comprar a comida, é preciso ir pegar a bebida em outro ponto e só então tentar encontrar uma mesa. No fim do dia, é bastante concorrido e barulhento, então sugiro ir fora do horário de pico para uma experiência sem inconvenientes.

Dignita Hoftuin

Esta unidade do Dignita fica em um belo jardim no centro de Amsterdam, ao lado do museu Hermitage, na Nieuwe Herengracht 18a. A casa é toda de vidro, com mesas dentro e fora, especialmente interessante para quem viaja com filhos.

O menu é basicamente de brunch, com variedade de ovos e panquecas, além de saladas e algumas opções servidas em panela de ferro, como um shakshuka incrementado com pimentão assado, damasco, milho, queijo vegetal e castanha de caju (15€).

Ovos com salada e molho
O Dignita é uma ótima opção para um bom brunch em Amsterdam. Foto: Peter Füssy

Eu dificilmente consigo pedir outra coisa senão o Benny Boy (15€), que são dois ovos pochê sobre rosti de batata com fatias de bacon e brotos. Para beber, o cardápio inclui desde bebidas quentes para o café da manhã até drinks clássicos e cervejas.

O Dignita ainda tem outras duas casas próximas do Vondelpark e do Westerpark, mas não tão bonitas como esta. Se você é daqueles que planeja toda a viagem, faça a reserva antecipadamente pelo site. Em dias de sol, tende a ficar bastante cheio.

Kantjil & De Tijger

A cozinha da Indonésia é bastante comum em Amsterdam. Pratos como o Gado Gado, Nasi Goreng, Kroepoek, e Loempia fazem parte do vocabulário local e podem ser encontrados em mercados e trailers na rua. Então, vale a pena experimentar os temperos da antiga colônia holandesa no Kantjil & De Tijger, na Spuistraat 291-293.

Se você nem imagina o que são os pratos mencionados acima, escolha algum dos “Rijsttafels” (mesas de arroz, em tradução literal) que trazem porções das iguarias mais tradicionais para compartilhar. São para ao menos duas pessoas e custam a partir de 32€ por pessoa.

Há ainda uma opção de “prato feito”, chamado Nasi Rames, que é muito bem servido, por 18,50€. Eles fazem reserva, mas também é possível conseguir mesa sem ter se programado.

Pesca Vis

Este não é um restaurante comum. O Pesca Vis combina no mesmo lugar uma feira de peixes e cozinha, tudo em um ambiente estiloso e informal. Logo na entrada encontram-se todos os peixes e mariscos disponíveis no dia e os respectivos preços por quilo. Os valores são “dinâmicos”, ou seja, variam conforme a disponibilidade e podem baixar no final do dia para evitar qualquer tipo de desperdício.

Files de peixe fresco antes de serem preparados
A maior vantagem do Pesca é que os ingredientes são sempre frescos. Foto: Peter Füssy

Depois de escolher os peixes e a quantidade, chega a hora de decidir o que vai acontecer com eles na cozinha. Os funcionários podem sugerir algum tipo de preparo, como sashimi, na grelha, frito, risoto ou massa, e também os acompanhamentos. Aqui realmente não existe menu. O resultado é sempre uma surpresa, mas com os ingredientes frescos não tem como dar errado.

Como todos os pratos são criados para compartilhar, você acaba comendo de tudo um pouco. O preço por pessoa vai depender muito da quantidade de peixe que você pedir, mas calcule algo em torno de 50€ por pessoa com bebida. O Pesca Vis fica na Rozengracht 133 e normalmente não requer reserva.

Café Sonneveld

Você realmente quer uma experiência de comida holandesa? Então faça isso sentado à beira de um canal no Café Sonneveld, na Egelantiersgracht 72, pertinho da Casa da Anne Frank. Desse jeito, se a comida não fizer seus olhos brilharem, a vista vai compensar.

O menu do almoço é típico holandês: sopa do dia (7,95€), misto quente (5,95€), sanduíches abertos, pão com dois croquetes de carne (9,95€), hambúrguer, omelete ou saladas. E só.

Apenas no jantar, que começa às 17h, é possível comer pratos de verdade como o stamppot (14,95€), que nada mais é do que purê de batatas misturado com o vegetal do dia e acompanhado de uma bola de carne ou salsicha. O molho da carne que vai sobre o purê praticamente salva esse prato de ser algo bastante sem graça.

Também no jantar estão disponíveis petiscos como o bitterballen (uma versão em bolinha do croquete, ideal para acompanhar uma cerveja), o mini frikandel (pequenas salsichas fritas), e porções de queijo e salame. Cada uma custa 7,95€, mas se for difícil escolher, peça a porção mista “quente e fria” ou então “só quente”, por 16,95€.

Ron Gastrobar

Ron Blaauw é certamente o nome mais famoso da gastronomia na Holanda. Em 2013, o chef transformou seu restaurante duas estrelas Michelin em algo mais informal, com o nome “gastrobar”, e ficou com “apenas” uma estrela. A atmosfera é acolhedora, sem enfeites desnecessários, e a comida combina muita qualidade e experimentação com clássicos internacionais.

Prato do Ron Gastrobar
O Ron Gastrobar é parada obrigatória para quem provar a alta gastronomia em Amsterdam. Foto: Peter Füssy

O cardápio de entradas, por exemplo, traz ostras e arenque holandês, tacos e jamón ibérico. Entre os principais, você vai encontrar bife Wellington feito com carne marmorizada Holstein (89€), steak tartare (29€ médio ou 38€ grande), e terrine de foie gras de pato com maçã (23€). Da grelha, saem carnes como o ribeye de Wagyu (125€) e o filé mignon Holstein (54€).

O Ron Gastrobar fica na Sophialaan 55, próximo do Vondelpark. Ron Blaauw ainda tem outros dois restaurantes em Amsterdam: um de inspiração indonésia, na Amstelzijde 51 (Amstelveen), e outro com um pé na cozinha oriental, na Kerkstraat 23. É possível fazer reserva online para qualquer um dos restaurantes.

Melhores restaurantes vegetarianos e vegans

O movimento vegetariano na Holanda é forte e impulsionado principalmente pelos jovens, por isso a grande maioria dos restaurantes em Amsterdam apontam as opções vegetarianas no menu, evitando aquele constrangimento de perguntar ao garçom. Ao mesmo tempo, há uma cena de restaurantes 100% vegetarianos e vegans.

E aqui estamos falando de todo tipo de comida, como é o caso do Vegan Sushi Bar, que tem duas unidades, uma na Kinkerstraat 83H e outra na Wittenburgergracht 143. Um “signature roll” com 8 peças custa entre 13,50€ e 17,95€, então vale mais a pena pedir o “combo” por 27,50€, que inclui o sushi, acompanhamento, sobremesa e bebida.

O Men Impossible, na Hazenstraat 19H, faz apenas ramen à base de plantas. O local tem horários restritos e é bastante requisitado, por isso, só apareça ali se tiver reserva. O menu tem duas opções de degustação por 34€, que inclui entradas frias, entradas quentes (tempura ou katsu), um ramen à escolha e uma sobremesa.

Para quem gosta de comida indiana, o The Vegan Indian tem clássicos feitos com plantas: samosas de vegetais (5€), espeto Tandoori Seekh Kabab ou Butterchicken (18,50€). Fica em cima do Bollywood Indian, na Lange Leidsedwarsstraat 108, e você pode escolher sentar no andar de cima ou de baixo, junto aos amigos não-vegetarianos.

Vegan Junk Food Bar

Esse fast-food holandês para vegetarianos é tão popular que virou uma franquia e já tem lojas na Alemanha e Espanha. Não se espante se ele virar tão grande como um McDonald’s em um possível futuro sem carne animal. Vale a visita, inclusive com aquele seu amigo que torce o nariz para restaurantes vegans.

O hambúrguer do Vegan Junk Food Bar (ou VJFB) é tudo o que se espera de um bom hambúrguer, seja de carne ou não. O visual dá água na boca e a expectativa se confirma nas primeiras mordidas: é saboroso e suculento.

Hambúrguer vegano
O “VJFB” oferece uma ótima experiência, até mesmo para os não-veganos. Foto: Peter Füssy

O Cheezy Smash (7,95€) leva hambúrguer 3.0, queijo, alface, picles e molho da casa, enquanto o Notorious (14,95€) acrescenta “asinhas de frango” crocantes, tomate e jalapeño no pão preto ou cor de rosa.

Além disso, o “VJFB” oferece uma imensa variedade de acompanhamentos e outros pratos, como nachos (9,50€), anéis de “lula” (8,95€), “sashimi” (10,95€), e até kapsalon (12,95€). Tudo sem animais. A base de muitas dessas invenções é a nossa velha conhecida tapioca.

Degustação e experiências gastronômicas em Amsterdam

Por que não uma refeição enquanto flutua pelos famosos canais e observa Amsterdam por um outro ângulo? A cidade oferece diversos passeios e excursões que incluem comidas e bebidas, aulas e oficinas sobre a gastronomia local. Selecionei algumas opções interessantes do Get Your Guide para facilitar a sua vida:

Atividade Valor por pessoa (a partir de)
Excursão ao mercado holandês de comida de rua 65€
Workshop de coquetéis holandeses 40€
Excursão de degustação de comida autêntica em Jordaan 99€
1 Hora de Degustação de Vinhos e Queijos Old Amsterdam 24,50€
Cruzeiro pelos canais com bebidas e lanches locais 39,95€
Passeio no Rio com Buffet de Panquecas Holandesas 22,50€
Cruzeiro com jantar com menu de 4 pratos 79€

Meu restaurante favorito em Amsterdam!

Para chegar no meu restaurante favorito em Amsterdam, você vai ter que pegar uma balsa e atravessar o rio IJ em direção a NDSM, o bairro que nasceu de um antigo estaleiro. A balsa é gratuita e sai da estação central. Só não confunda a direção, você deve pegar a embarcação com o destino “NDSM-werf”. Serão apenas 15 minutos de viagem.

Ao desembarcar, dê uma volta por essa parte diferente de Amsterdam. Siga reto e vire à direita na esquina do mural gigante da Anne Frank, feito pelo brasileiro Kobra. Passe pelo museu STRAAT, também conhecido como museu do grafite, e pelo IJ Hallen, um grande galpão que recebe desde exposições de arte até o maior mercado de pulgas da Europa.

Então, vire em direção ao rio novamente, para encontrar à sua direita uma construção de contêineres, na T.T. Neveritaweg 59. Você chegou ao Pllek. A entrada é por uma porta de container mesmo, mas o ambiente interno é super espaçoso, com pé direito alto e de frente para o rio. Nos dias mais agradáveis, dá para sentar na parte de fora ou ainda com os pés na areia em uma pequena “praia” artificial.

O Pllek não é apenas um restaurante. Ele abre para o café da manhã e fica até a madrugada às sextas e sábados, quando as mesas são retiradas e o lugar vira um bar com pista de dança. A programação cultural ainda inclui cinema ao ar livre (no verão), yoga e atividades para crianças aos domingos. O Pllek é um centro cultural que, não por acaso, tem um restaurante bastante competente.

O menu tende mais para o vegetariano, com preocupação de ser sustentável, mas também há opções com carne. No jantar, o “special” com três pratos à sua escolha custa 39€ e pode incluir carpaccio de robalo, abóbora e couve-flor assada com pasta tandoori, curry indiano, javali grelhado, entre outras opções.

No almoço, o cardápio é reduzido conforme a tradição local, mas tem opções interessantes, como cavala com creme azedo de endro e raiz-forte (13,50€) e hambúrguer de Portobello crocante com cheddar (18,50€). Há ainda um menu de café da manhã e uma boa lista de snacks, cervejas, drinks, e vinhos.

Por isso, sugiro o Pllek a qualquer pessoa, mas saiba que pode ter uma vibe diferente dependendo do horário. Confira a agenda no site antes de ir. É possível (e recomendado) reservar mesa para comer no ambiente interno, mas eles não fazem reservas aos domingos e nos dias de mercado de pulga, que sempre acontece um final de semana por mês. Ah, e só aceita pagamentos com cartão.

Van Stapele Koekmakerij

Considere essa dica um bônus. O Van Stapele Koekmakerij é uma loja de cookie. Não tem mais nada. Nem café, nem mesmo vários tipos de cookie, ou lugar para sentar. Eles fazem um único tipo, mas este cookie é inesquecível. A massa de chocolate fica crocante nas bordas e macia no seu interior. O recheio é um pedaço gigante de chocolate branco quase derretendo.

cookies com cobertura de chocolate em bancada, mulher ao fundo
Apesar de não serem tradicionais, os cookies da Van Stapele Koekmakerij são imperdíveis. Foto: Peter Füssy

As primeiras fornadas estão prontas às 10h e eles ficam abertos só até acabar a produção do dia. Isso geralmente acontece por volta das 16h, mas pode ser antes. Fica na Heisteeg 4 e sempre vai ter uma fila na calçada, mas o tempo perdido ali é convertido em felicidade instantânea. Cada um custa 2,50€, porém você vai querer levar a caixa com 6 por 12,50€.

O que saber antes de sair para comer em Amsterdam

Como há muito o que fazer em Amsterdam, ou seja, o destino é uma grande atração turística, a cidade fica lotada praticamente o ano inteiro. Desse modo, seguindo o dito popular de que é melhor prevenir do que remediar, reserve uma mesa para não ter surpresas e evite restaurantes com “tourist menu” em volta da Leidseplein, da Dam e da Rembrandtplein.

Os holandeses são conhecidos por serem bastante diretos, o que pode soar mal educado para brasileiros. Dito isto, o serviço quase sempre vai ser bastante prático, às vezes um pouco rude, às vezes ruim mesmo. Logo ao sentar, já querem tirar os pedidos para bebidas, então pense rápido para não frustrar o atendente com muitas idas e vindas.

Pelo menos, a gorjeta não é uma exigência e raramente o serviço já vem incluso na conta. Se você gostou muito do atendimento, pode deixar de 5% a 10%, mas o garçom não vai reclamar se você não o fizer.

Mais importante que a gorjeta é saber se o restaurante aceita dinheiro ou só cartão. Muitos estabelecimentos em Amsterdam não trabalham mais com espécie e, geralmente, isto é informado perto do menu ou na entrada. Se você ver algo como “PIN only”, o lugar só aceita pagamento com cartão (débito ou crédito).

A Holanda é um país muito igualitário e isso serve também para cães, que podem entrar em praticamente qualquer lugar, exceto supermercados. Então, não se assuste se um bulldog estiver debaixo da mesa ao lado. Há até um “dog café”, o Woof & Me (Verbindingstraat 3H), onde os peludos ficam todos soltos e podem até comer cupcakes e beber “cappuccinos” preparados especialmente para eles.

Onde encontrar comidas típicas em Amsterdam?

Talvez você já tenha ouvido falar em stroopwafel ou herring (não é a marca de roupas). Neste caso, dê uma olhada nas perguntas frequentes sobre onde comer em Amsterdam para ler as minhas dicas sobre as comidas típicas mais procuradas.

Onde comer stroopwafel em Amsterdam?

O stroopwafel tradicional consiste em duas fatias finas de biscoito de waffle “coladas” com caramelo no meio. Caso ele não seja feito na hora, uma dica é colocar o stroopwafel sobre a xícara com café ou chá quente para amolecer um pouco o caramelo e deixar a guloseima ainda mais saborosa.

Para comer um feito na hora, com o biscoito e o caramelo ainda quentes, meu conselho é ir a uma feira de rua. Se estiver passando pelo Albert Cuypmarkt, por exemplo, vai sentir de longe o cheiro do Rudi’s Original Stroopwafels, que está lá desde 1978. É praticamente irresistível.

Stroopwafel, no Van Wonderen Stroopwafels, boa opção de onde comer em Amsterdam
No Van Wonderen Stroopwafel é possível provar sabores menos tradicionais de stroopwafel. Foto: Peter Füssy

Para além das receitas tradicionais, o stroopwafel já ganhou outros recheios e coberturas. Na van Wonderen Stroopwafels, que fica na Kalverstraat 190, os toppings incluem Oreo, KitKat, Smarties e Marshmallow. Com certeza, é bem mais “instagramável” que o da feira, mas um único stroopwafel chega a custar 8,50€.

Onde comer a melhor torta de maçã em Amsterdam?

Até hoje não entendi porque a torta de maçã é famosa por aqui. No estilo holandês, a “appeltaart” possui uma massa simples, levemente adocicada, quase como um crumble, e o recheio é generoso, com muita maçã, canela e especiarias. Se você é fã de sobremesas extremamente doces, como as brasileiras, pode achar a appeltaart um pouco sem graça.

De qualquer forma, a torta de maçã mais famosa de Amsterdam você encontra no café Winkel 43, que fica na rua Noordermarkt 43. As fatias são grandes e podem acompanhar chantilly ou não. Como a demanda é alta, se quiser levar uma torta inteira, é preciso encomendar com pelo menos um dia de antecedência. Uma fatia custa em torno de 4€ e a torta inteira cerca de 30€.

Onde comer arenque em Amsterdam?

Arenque neste caso não é só uma espécie de peixe, mas um tipo de preparo, em que ele é parcialmente limpo, salgado e congelado para ficar conservado por mais tempo. O “herring” (arenque em holandês) faz parte da cultura local há séculos e pode ser comido inteiro, pegando o peixe pelo rabo e engolindo a partir da outra ponta, ou então de um jeito mais moderno, em fatias sobre um pão, com picles e cebola.

É uma daquelas comidas que você ama ou odeia. Sugiro um primeiro contato logo na chegada a Amsterdam, no Stubbe’s Haring, um trailer permanente pertinho da Amsterdam Centraal, na Singel 8n. Além do Stubbe’s, você encontra ótimos arenques nas feiras, por exemplo, no Vishandel da Albert Cuypmarkt.

Onde comer croquete em Amsterdam?

A não ser pelo formato, o croquete daqui não se parece em nada com a versão brasileira. O croquete holandês tem casca muito crocante e um interior cheio de creme feito com pitadas de carne, cogumelo, ou vegetais. Por isso, é bastante comum queimar a língua na primeira mordida.

Para uma experiência de raiz, sempre sugiro ir ao Eetsalon van Dobben. Os croquetes da família van Dobben são uma instituição de Amsterdam desde 1945, quando o restaurante na Korte Reguliersdwarsstraat 5-7-9 foi inaugurado. À primeira vista, parece que pouca coisa mudou até hoje.

Dois croquetes dentro de pão com um pouco de molho
Apesar do nome, o croquete na Holanda é diferente do brasileiro. Foto: Peter Füssy

Você senta ao balcão, onde já te espera um copo aberto cheio de mostarda dijon, e pede seu croquete a um atendente sem paciência. Não tem como ser mais simples. Um croquete com pão sai por 3,65€, mas talvez você queira pedir outro “avulso”. Os croquetes da van Dobben podem até ser comprados congelados em supermercados.

Se você é daqueles que gostam de experimentar os sanduíches locais da rede de fast-food mais conhecida no mundo, não deixe de experimentar o McKroket, que só é vendido na Holanda. Por 3,50€, o McKroket é bastante fiel à tradição: um pão de hambúrguer com croquete no meio e um pouco de maionese. É um bom snack para o meio da tarde.

Onde comer panqueca em Amsterdam?

A panqueca holandesa é aquela mais fininha, parecida com um crepe, mas não é dobrada, cobrindo o prato inteiro. Por cima, pode acrescentar-se um simples açúcar de confeiteiro, frutas com chocolate, ou até “recheios” salgados e agridoces, incluindo queijo, bacon e frutas.

Recomendo a Pancakehouse Upstairs, que fica na Grimburgwal 2. Preste atenção para não passar reto. A entrada é apenas uma porta com uma escada bastante íngreme, no melhor estilo de Amsterdam. Aliás, essa casa existe pelo menos desde 1539 e se tornou a “menor panquecaria da Europa” em 1961. Ali você encontra recheios tradicionais, mas também combinações curiosas como a panqueca de pera, egg nog e chocolate (16€).

Agora, se estiver atrás de panquecas não convencionais, minha dica é o The Happy Pig Pancake Shop, na Rosmarijnsteeg 12. Aqui, as panquecas levam o recheio que você quiser, são enroladas e cortadas para você ir comer à beira de um canal. Entre as combinações possíveis estão queijo Gouda e geleia de figo (8,95€) e banana, creme de avelã e amêndoas (8,95€).

Além disso, recomendo demais experimentar as “poffertjes”, que nada mais são do que mini panquecas vendidas em feiras de rua, onde você confere o talento dos cozinheiros colocando a massa e virando cada uma rapidamente. Não estranhe se eles acrescentarem um pedaço de manteiga por cima das mini panquecas doces. Essa é a combinação mais tradicional. A manteiga derrete e cria um creme ao se misturar com o açúcar. Uma delícia!

Outra curiosidade de Amsterdam é a excursão para o barco da panqueca, ou Pannenkoekenboot, como dizem os locais. Embora seja voltado para turistas, eu me arrependo de nunca ter experimentado. O barco sai de NDSM e faz um trajeto de 75 minutos, nos quais você pode comer quantas panquecas for capaz por 22,50€. Se você for, conte-me como é a experiência!

Agora que você já conhece o melhor do roteiro gastronômico da cidade, é só conferir as melhores localizações de hospedagem em Amsterdam, arrumar as malas e embarcar para esse destino fantástico!