Independente do destino, seja ele nacional ou internacional, as passagens aéreas costumam ocupar a maior parcela do orçamento de uma viagem. Para baratear esse custo, muitas vezes buscamos por alternativas como a compra de passagens aéreas flexíveis.

Mas no que consiste esse tipo de passagem aérea? Como elas funcionam? Quais os riscos de comprar passagens aéreas flexíveis? Quais os seus direitos enquanto passageiro? A resposta para todas essas perguntas, você encontra neste artigo.

O que são passagens aéreas flexíveis?

Passagens aéreas flexíveis são aquelas que não tem uma data exata para o embarque ocorrer, necessitando de uma maior adaptabilidade ao viajante.

Ou seja, são passagens com flexibilidade de data, para três dias antes ou depois da data informada que deseja embarcar, com conexão ou escala não informados no momento da compra, com emissão concreta da passagem dias antes do embarque e com multa de 100% para cancelamentos após a emissão.

Muitas agências de turismo online (OATs) passaram a oferecer esse tipo de passagem após a pandemia.

Como funcionam as passagens flexíveis?

Você compra uma passagem sem saber a data exata que vai embarcar e informações concretas sobre o voo (horas de voo, conexões ou escalas) e, em alguns casos, nem mesmo o aeroporto que vai embarcar.

Dando um exemplo prático, você quer viajar do Rio de Janeiro para Lisboa no dia 15 de março e retornar no dia 25 de março e optou por comprar passagens flexíveis. Isso significa que, a agência responsável tem flexibilidade para emitir a sua passagem entre:

  • Ida no dia 15 e retorno no dia 25;
  • Ida no dia 14 e retorno no dia 24;
  • Ida no dia 16 e retorno no dia 26.

Essa variação pode chegar até 3 dias antes ou depois da data inicialmente escolhida, isso vai depender da política agência contratada.

Além disso, por se tratarem de passagens aéreas flexíveis, a agência poderá emitir voos com conexão ou escalada dentro do Brasil, ou em qualquer outro aeroporto do mundo. Assim como tem flexibilidade para emitir um voo que faça escala de 20 horas (menos ou mais).

Em algumas agências, você também não tem flexibilidade para escolher a companhia aérea que vai embarcar. Por isso, a grandes chances de fazer conexões ou escalas sem sentido. E lembrando que as passagens podem ser emitidas apenas dias antes da viagem, então, é sempre aquela incerteza de como será o seu voo.

As passagens flexíveis são mais baratas?

Sim e é por isso que esse tipo de passagem vem criando um interesse crescente entre as pessoas que desejam viajar e sendo fortemente comercializada por plataformas de viagem.

E diante de tanta flexibilidade, fica mais fácil para a agência monitorar os preços com o uso de tecnologia e fazer a emissão de passagens quando encontram alguma com preço mais baixo do que o valor pago pelo viajante.

Contudo, há barato que pode sair muito caro. Já não é novidade que essas agências vêm cometendo inadimplências. Só em 2023, tivemos os casos da Hurb e da 123Milhas, que segundo reportagem do Globo, “a crise nessas empresas vem expondo a fragilidade das passagens flexíveis”.

Assim, é importante saber que existem outras formas mais seguras de comprar passagens aéreas baratas.

Quais os riscos de comprar uma passagem flexível?

Os riscos de comprar passagens aéreas flexíveis são muito claros, visto que você faz uma compra no escuro, acreditando na “boa vontade” das pessoas, ou melhor, da empresa em cumprir com o que foi acordado, no caso, comprado. E

se tratando de uma empresa, se por um acaso ela entrar em crise, você que está na “ponta do iceberg”, será diretamente impactado.

Pagar por um serviço e não usufruir é uma situação arriscada. E é exatamente esse o risco que você corre ao comprar passagens aéreas flexíveis, visto que você paga por ela, sem sequer ter uma reserva realmente efetuada. Apenas na confiança de que aquela empresa em questão vai honrar com os seus compromissos.

Segundo a reportagem do IG que também cita os casos da 123Milhas e Hurb, “modelos de pacotes flexíveis se mostraram insustentáveis. Isso porque eles são vendidos a preços muito baixos e muito tempo antes das viagens. Nesse sentido, o modelo é um risco para as empresas, que deveriam estar preparadas para lidar com mudanças de mercado”.

Em entrevista para o IG, o assessor jurídico da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), Marcelo Oliveira, afirmou que:

“Essas empresas vendem é ‘o direito a uma viagem’. Isso porque as companhias não emitem as passagens no ato da compra, já que ficam buscando oportunidades de encontrar opções mais baratas e, portanto, mais lucrativas”.

Mas quem pode garantir que essas empresas (mesmo com utilização de tecnologias de monitoramento), vão conseguir comprar passagens por preços mais baixos do você pagou? Afinal, esse mercado tem grande volatilidade.

E foi o que aconteceu em ambos os casos, com os preços das passagens aéreas subindo, os prejuízos sofridos por essas agências se refletiram ao não honrarem seus compromissos com os clientes.

Quais os direitos caso a empresa não emita minha passagem?

Antes de pensar em comprar passagens aéreas flexíveis, você deve ter em mente quais são os seus direitos caso tenha a viagem dos sonhos cancelada porque a empresa simplesmente não emitiu a sua passagem aérea.

Segundo especialistas em entrevistas para diversos jornais, devido ao escândalo da 123Milhas, você como consumidor tem os seguintes direitos:

  • Solicitar um voucher para emissão de uma nova passagem; ou
  • Ter uma restituição integral do valor pago, acometido de juros e correção monetária desde a data em que efetuou o pagamento das passagens flexíveis. Esse valor deve ser pago em dinheiro ou estornado no cartão utilizado na compra;
  • Pedir uma indenização da empresa pelos gastos de não conseguir concluir a viagem, referentes a pagamentos de hotéis, passeios, etc. Tudo deve ser devidamente comprovado;
  • Pedir uma indenização referente a danos morais, se aplicável. No caso de ter perdido uma reunião de trabalho, uma cirurgia médica, etc;

Sempre formalize uma denúncia contra a empresa no Procon e no site Consumidor.gov, ligado ao Ministério da Justiça.

Vale a pena comprar passagens flexíveis?

Não vale a pena.

Diante de tudo que foi explanado sobre como funcionam as passagens aéreas flexíveis e os riscos que você corre, definitivamente, não vale a pena insistir nesse modelo que já se mostrou bastante arriscado com a Hurb no início de 2023 e em agosto com a 123Milhas.

Imagina você programar e pagar pela passagem aérea das férias ou lua de mel, por exemplo, e, simplesmente, receber a notícia de que a sua passagem será cancelada (antes mesmo de ser emitida)? Eu não gosto nem de pensar no quanto ficaria frustrada e enlouquecida.

Passageiros na fila do embarque em um aeroporto
Apesar de serem mais baratas, as passagens aéreas flexíveis não garantem que a viagem será realizada

Portanto, indico sempre comprar a sua passagem por plataformas confiáveis, que emitem a sua passagem no exato momento em que realiza o pagamento, como, o Vai de Promo.

O Vai de Promo é um comparador de passagens aéreas confiável e você pode encontrar voos com até 40% de desconto.

Ao fazer a sua compra, você imediatamente receberá a confirmação da passagem, localizador e viaja sem nenhuma surpresa, ou seja, sabe exatamente a data de ida e retorno, horas de voo, se tem ou não escalas ou conexões.

É melhor pagar um pouco mais caro e ter a certeza de que a sua viagem será concretizada, do que pagar muito barato e frustrar-se. Como disse anteriormente, tem barato que pode sair muito caro, e o modelo de passagens aéreas flexíveis comercializadas por agências de viagens online já mostraram que é insustentável.

Agora que você já sabe que as passagens flexíveis não valem a pena, confira os melhores sites para comprar passagens aéreas e planeje sua viagem tranquilamente!