Se você está planejando explorar os países dos Bálcãs, mas não sabe por onde começar, este guia irá ajudá-lo a criar um roteiro Bálcãs completo para uma viagem inesquecível. Prepare-se para descobrir uma região cheia de tesouros culturais e naturais, desde cidades históricas e fortalezas até belas praias, lagos e montanhas.

Seja uma viagem curta ou mais longa, você vai encontrar diversas opções de roteiros, incluindo o que visitar em cada local, dicas para hospedagem, transporte e muito mais.

Como fazer o roteiro Bálcãs?

Ao planejar um roteiro pelos Bálcãs, é importante considerar alguns aspectos. Em primeiro lugar, tenha em mente que a região, também chamada de península balcânica, é composta por oito países, como Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, Macedônia do Norte, Montenegro e Sérvia, além de partes da Croácia, Turquia, Romênia e Eslovênia.

Cada um desses países possui sua própria cultura, com características e atrações únicas (o que, para mim, é um ponto positivo). Alguns têm o turismo mais desenvolvido e outros nem tanto. Portanto, é essencial definir os destinos que você deseja visitar com base, principalmente, em seus interesses pessoais.

Se você é fã de praia, por exemplo, Croácia e Montenegro não podem ficar de fora do seu roteiro. Já se você curte explorar locais com grande importância histórica e aprender tudo sobre o que ocorreu ali, a Bósnia é um destino a se considerar.

Quando fiz essa viagem, passei pela Croácia, Montenegro e Bósnia. Foi surpreendente e inesquecível! Neste artigo, vou sugerir irmos um pouco mais além no roteiro de 15 dias, incluindo a Sérvia ao itinerário, algo que planejei, mas acabei não conseguindo fazer na época. Vamos lá?

Quantos dias são suficientes para fazer um roteiro Bálcãs?

Embora seja possível visitar apenas um ou dois países em menos de uma semana, minha sugestão é dedicar pelo menos de 10 a 15 dias para aproveitar o melhor que a região tem a oferecer, com toda sua diversidade de paisagens, além de deixar algumas pausas para um merecido descanso.

Assim como em qualquer viagem, a duração ideal para um roteiro pelos Bálcãs depende do tempo e orçamento que você tem disponíveis para a viagem, além dos locais que você faz questão de explorar com mais profundidade.

Roteiro de 3 dias nos Bálcãs: Croácia e Montenegro

Se você tem pouco tempo para a viagem aos Bálcãs, a melhor opção é escolher uma cidade como base e explorar seus arredores. Minha sugestão é optar pela Croácia, tendo Dubrovnik como referência para a estadia.

Vale à pena dedicar um dia inteiro para explorar a Cidade Antiga, Patrimônio Mundial da UNESCO, onde você pode caminhar pelas muralhas medievais que cercam o local, curtir vistas incríveis do mar Adriático e se encantar com a arquitetura gótica e renascentista.

Se estiver com pouco tempo, pode apreciar as muralhas de fora, mas também é possível entrar e caminhar por cima delas. Os ingressos custam a partir de 24€. Uma dica importante: se estiver visitando no verão, entre nas muralhas logo cedo pela manhã ou bem no fim da tarde, pois elas ficam muito cheias e pode ficar extremamente quente lá dentro.

Vista para Dubrovnik, do Monte Srd
Do Monte Srd, aproveite uma vista panorâmica deslumbrante de Dubrovnik e da costa. Foto: Peter Füssy

No fim do dia, a dica é pegar o teleférico até o topo do Monte Srd e apreciar o pôr do sol com uma vista panorâmica deslumbrante de Dubrovnik e da costa. Ah! Lá em cima ainda tem um restaurante onde você pode aproveitar para comer alguma coisa.

No segundo dia, você pode reservar algumas horas para relaxar e aproveitar o sol em uma das praias encantadoras de Dubrovnik. A Praia de Banje é uma das mais conhecidas e fica perto da Cidade Antiga. Mas há outras opções como Lapad Bay e Sveti Jakov, que são um pouco mais tranquilas.

Também vale a pena dedicar um turno para visitar a Ilha de Lokrum. Há barcos saindo da Cidade Antiga o dia todo. Em uma viagem de poucos minutos, você chega até a ilha, onde pode apreciar a vegetação, as praias, além de visitar o Monastério Beneditino e o Jardim Botânico.

Se você for fã da série Game of Thrones, não deixe de fazer o tour do Game of Thrones pela Ilha de Lokrum. Nesse passeio guiado a pé, você pode ver locais de filmagem e conhecer bastidores da série, além de tirar uma foto no Trono de Ferro.

No terceiro dia, a dica é fazer um bate e volta para conhecer a cidade de Kotor, em Montenegro. Localizada a pouco mais de 90km de Dubrovnik, a cidade é famosa por sua arquitetura medieval e deslumbrante paisagem costeira.

Kotor também tem uma Cidade Antiga que é Patrimônio da UNESCO, mas o que considero imperdível é subir as colinas até a Fortaleza de São João. A subida é íngreme e desafiadora, mas, acredite, a visão que você terá lá de cima vale à pena. Você chegará a um mirante com vistas incríveis da cidade, da Baía de Kotor e das montanhas ao redor.

Roteiro de 5 dias nos Bálcãs: Croácia, Montenegro e Bósnia

Em um roteiro de 5 dias nos Bálcãs, recomendo acrescentar mais dois dias na hospedagem em Dubrovnik e explorar outros dois destinos bem interessantes nos arredores, um em Montenegro e outra na Bósnia.

Além de Kotor, a segunda cidade em Montenegro que eu sugiro visitar chama-se Budva e está localizada a 93km de Dubrovnik. O local é famoso por suas belas praias de águas cristalinas. As mais conhecidas são Mogren, Ploce e Slovenska.

Uma opção para aproveitar ainda melhor este dia de lazer é fazer um passeio de caiaque ou stand up paddle pelas cavernas costeiras. Você vai percorrer a incrível Baía de Budva, com suas ilhas e praias isoladas, vai fazer pausas para nadar, além de ter uma vista da cidade antiga a partir da água.

Por falar em cidade antiga, o centro histórico de Budva também vale uma visita, com destaque para as muralhas medievais e a Igreja de Santa Maria em Punta. Se sobrar tempo, faça uma caminhada pelo calçadão e não deixe de ver outro símbolo da cidade: a Estátua da Bailarina.

Ela fica no caminho que leva à praia de Mogren e, segundo lendas locais, foi instalada no lugar onde uma jovem costumava passar os dias olhando para o mar e esperando por seu amado – um marinheiro, que saiu para navegar e nunca mais voltou. De acordo com a lenda, a mulher foi encontrada morta naquela mesma rocha.

No quinto dia da sua viagem aos Bálcãs, você pode fazer outro bate e volta. Dessa vez, até a cidade histórica de Mostar, na Bósnia, a cerca de 140km de Dubrovnik, que tem como símbolo a famosa ponte Stari Most.

Ponte Stari Most, em Mostar
Não se assuste se, em meio a contemplação da ponte, pessoas saltarem em direção à água! Foto: Peter Füssy

Construída no século XVI e reconstruída após a guerra, a ponte se tornou o cartão-postal da cidade e serve como um testemunho da história local. Além de admirar sua bela arquitetura, vale a pena observar as pessoas que a utilizam como base para dar saltos emocionantes e se jogar nas águas do Rio Neretva.

Também vale relaxar nas margens do rio, com um piquenique, ou fazer um passeio de barco. Além da ponte, também é legal dar uma volta pela cidade antiga de Mostar, com suas ruas estreitas de paralelepípedo, mercadinhos, lojas de artesanato, restaurantes e cafés.

No Get Your Guide, há várias opções de excursões de um dia para Mostar saindo de Dubrovnik. Quase todas incluem, além da ponte Stari Most, um passeio às Cascatas de Kravica, consideradas as cachoeiras mais famosas da Bósnia e localizadas a 40km ao sul de Mostar. Importante saber que essas excursões duram quase 10 horas, então planeje-se bem.

Roteiro de 7 dias nos Bálcãs: Croácia, Montenegro e Bósnia

Em uma viagem de 7 dias, é possível ter uma experiência um pouco mais completa pelos Bálcãs. Após ter visitado Kotor, Budva e Mostar, a partir de Dubrovnik, percorra cerca de 130km e prepare-se para uma ter uma overdose de história na capital da Bósnia, Sarajevo. Na minha viagem, passei duas noites lá, mas é possível ficar apenas uma noite, tendo dois dias inteiros para passeios.

O que mais me marcou na visita a Sarajevo foi sentir o quanto a Guerra da Bósnia ainda se faz presente, apesar de ter ocorrido entre 1992 e 1995. As marcas de tiro mantidas propositalmente em muitos prédios, além dos muitos cemitérios com quase todas as lápides da década de 90, são extremamente impactantes.

Além disso, em várias partes da cidade, se lia a frase “Never Forget”, um slogan dedicado às vítimas do genocídio de Srebrenica. Essa foi a primeira área da Bósnia a ser declarada segura pela ONU em 1995. Porém, em julho daquele ano, milhares de homens e meninos foram assassinados por serem muçulmanos. O episódio entrou para a história como a pior atrocidade em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

Em Sarajevo, há diversos memoriais e galerias dedicados à Guerra da Bósnia. O Museu de Sarajevo, no centro da cidade, conta a história local desde os tempos antigos até os eventos mais recentes, incluindo a guerra. É um lugar interessante para quem gosta de aprender sobre a história e entender melhor as dificuldades enfrentadas pela população.

Rua em Saraievo, Bósnia
Na incrível Sarajevo valem alguns cuidados, como evitar conversas relacionadas aos conflitos históricos. Foto: Peter Füssy

Para mergulhar ainda mais profundamente na história, sugiro visitar o Museu do Túnel. Durante o cerco de Sarajevo na Guerra da Bósnia, foi construído um sistema de túneis subterrâneos para fornecer suprimentos e uma rota de fuga para os moradores da cidade. Hoje, parte desse sistema pode ser visitado e oferece uma visão única sobre esse período histórico.

Mas, fique tranquilo, pois nem tudo é relacionado à guerra. Outro destaque da capital da Bósnia é a Cidade Velha, com ruas estreitas, mercados tradicionais, mesquitas e bela arquitetura otomana. Não deixe de ver a Ponte Latina, construída no século XVI e, se ainda tiver pique, suba de teleférico até o Monte Trebević e veja a antiga pista de bobsled dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1984.

Roteiro de 10 dias nos Bálcãs: Croácia, Montenegro, Bósnia e Sérvia

Em um roteiro de 10 dias nos Bálcãs, é possível incluir um quarto país na viagem, depois de passar pela Croácia, Montenegro e Bósnia. Nessa opção de roteiro, porém, será preciso fazer um deslocamento um pouco maior, de quase 300km, para ir de Sarajevo até Belgrado, capital da Sérvia.

Mantenha o plano do roteiro de sete dias e, no oitavo dia da sua viagem, comece sua jornada pela Sérvia, explorando a Cidade Antiga de Belgrado. Passe pela Praça da República, pela Praça Skadarlija e pelo Mercado Kalenić. Também visite a Igreja de São Sava, uma das maiores igrejas ortodoxas do mundo e ande na Knez Mihailova, movimentada rua de pedestres, cheia de lojas, restaurantes e cafés.

Outro destaque da capital da Sérvia é a Fortaleza de Belgrado (Kalemegdan), localizada no ponto em que os rios Danúbio e Sava se encontram. Lá, passeie pelos parques e aproveite as vistas panorâmicas da cidade.

Uma opção para não perder nenhuma atração durante sua estadia em Belgrado é fazer a excursão a pé com áudio do Get Your Guide. Por apenas 12€, você faz o download do guia em áudio no seu celular e, junto com um mapa detalhado, vai conhecendo os principais destaques da cidade.

No nono dia, a sugestão é fazer um bate e volta para Novi Sad, a segunda maior cidade da Sérvia, que fica a cerca de 100km de Belgrado. O principal destaque do destino é a belíssima Fortaleza Petrovaradin, uma das maiores fortalezas da Europa ainda preservada.

Lá, você verá o famoso relógio astronômico, conhecido por Relógio do Milênio, poderá fazer trilhas e admirar os muros bem preservados da fortaleza, que oferecem vistas panorâmicas de Novi Sad e do rio Danúbio, além de conferir as galerias com exposições de arte contemporânea.

Ainda é possível conhecer o sistema subterrâneo de túneis e minas da fortaleza, para aprender mais sobre a importância histórica e militar do local. Fique de olho na agenda, pois a fortaleza de Petrovaradin sedia vários eventos ao longo do ano. O mais famoso é o Exit Festival, um dos maiores festivais de música da Europa, que costuma ocorrer em julho.

No décimo e último dia da viagem você pode conhecer Sremski Karlovci, uma cidade histórica famosa por suas vinícolas. Faça um tour pelas adegas, prove o vinho Bermet, que só é encontrado nesta região, e explore a Praça da Trg Branka Radičevića.

O Get Your Guide oferece excursão de um dia inteiro ao norte da Sérvia, que inclui Novi Sad, Sremski Karlovci e outros destinos da região. O passeio de 60€ dura oito horas e inclui traslado de ida e volta do hotel, guia, ingressos para as atrações pagas e degustação de vinho.

Vale lembrar que Belgrado também é conhecida pela vida noturna agitada. Então, nas noites que você passará lá, pode ir a bares e baladas na beira do rio Sava, além de experimentar um dos famosos clubes flutuantes (splavovi), onde você pode dançar ao som de música ao vivo.

Roteiro de 15 dias nos Bálcãs

Se você (como eu) tiver 15 dias para a viagem aos Bálcãs, minha sugestão é dedicar mais tempo para explorar a Croácia, no início da sua viagem. Em vez de iniciar o roteiro já em Dubrovnik, comece a viagem na capital do país, Zagreb, e, nos cinco dias adicionais, conheça Plitvice, Split e a ilha de Hvar.

Apesar de ser a capital do país, Zagreb não é o local de maior destaque turístico na Croácia. Ainda assim, possui atrações interessantes e serve de ponto de partida para um dos destinos mais impressionantes para os amantes das belezas naturais (falaremos dele na sequência).

No seu primeiro dia em Zagreb, sugiro passear pela Cidade Alta, onde você verá a Catedral de Zagreb, o Palácio do Governo e a Praça e Igreja de São Marcos, famosa por seu telhado colorido. Também vale a pena conhecer o Mercado Dolac, maior mercado ao ar livre da cidade, que vende frutas, legumes, queijos e produtos locais, além de passear no Parque Zrinjevac ou pelo Parque Maksimir.

No segundo dia, faça um bate e volta até o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice, que fica a cerca de 90km de Zagreb. Esse é o tal destino natural mais impressionante que mencionei há pouco. O local foi declarado Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO e é realmente de tirar o fôlego.

Parque Nacional dos Lagos de Plitvice no Roteiro Bálcãs
O Parque Nacional dos Lagos de Plitvice é impressionante e vale a pena ser incluído no roteiro. Foto: Peter Füssy

Você vai percorrer trilhas e ver cachoeiras e lagos impressionantes. Caminhos de madeira vão te levando por paisagens naturais que parecem miragens de tão incríveis. Também dá para fazer um passeio de barco pelos lagos.

O ingresso diário para adulto custa de 10€ a 39,80€, dependendo da época do ano. No Get Your Guide, você encontra uma excursão a pé nos Lagos de Plitvice com Passeio de Barco a partir de R$ 174 por pessoa.

No terceiro dia da viagem, percorra pouco mais de 400km até Split, no sul da Croácia. É o maior deslocamento do roteiro, mas, além de o destino valer a pena, você já ficará mais perto de Dubrovnik, para onde seguiremos viagem depois.

Em Split, visite o Palácio de Diocleciano, construção romana do século IV que se tornou o centro histórico da cidade. Ali, não deixe de ver a Catedral de São Domnius e o Templo de Júpiter.

Outro destaque do centro histórico é a Praça da República, com a Torre do Relógio e a Coluna de São Lourenço. Por fim, não deixe de caminhar pelo calçadão da Riva, avenida à beira-mar com vários restaurantes e lojas e, claro, curtir uma das praias de águas cristalinas. As mais visitadas são Bacvice, Kastelet e Znjan.

No quarto dia, a sugestão é fazer uma viagem de ferry de cerca de 1 hora até a Ilha de Hvar, conhecida por suas belas praias e vida noturna. Na ilha, visite a Praça e Catedral de São Estevão, além da Fortaleza de Hvar, que oferece vistas incríveis do arquipélago.

Não deixe de relaxar nas praias de Hvar. Eu aproveitei um pouco nas areias de Pokonji Dol, mas há outras, como Dubovica, Stipanska e Milna. Outra sugestão é fazer um passeio de barco até as Ilhas Pakleni, um arquipélago próximo a Hvar, onde você encontra praias isoladas e paisagens belíssimas e pode fazer caminhadas pelas trilhas.

Fui até a ilha Jerolim, a mais próxima de Hvar, onde há praias – algumas de nudismo – entre as rochas e um bar. O Get Your Guide oferece um ​​passeio de lancha particular de meio dia para a Ilha Pakleni com direito a mergulho com snorkel e visita a uma vinícola.

No quinto dia, é hora de seguir viagem para Dubrovnik, que fica a 230km de Split, e iniciar o roteiro de 10 dias, que, após explorar outros destaques da Croácia, seguirá para Montenegro, Bósnia e Sérvia.

Qual a melhor época para fazer o roteiro Bálcãs?

Depende das suas preferências. A região dos Bálcãs oferece atrações ao longo de todo o ano. Durante o verão europeu (junho até setembro), você pode aproveitar o clima quente e desfrutar das praias, baladas ao ar livre e festivais da região.

Por outro lado, se preferir evitar multidões e filas, e ter mais liberdade para explorar os locais tranquilamente, no seu ritmo, a primavera (do fim de março até junho) e o outono (setembro a novembro) são períodos ideais, com temperaturas mais amenas e visuais ainda deslumbrantes.

Planejando seu roteiro Bálcãs

Conforme dissemos lá no começo, o primeiro passo para montar seu roteiro pra os Bálcãs é definir os países e cidades que você vai visitar, de acordo com o seu estilo de viagem e as atrações que faz questão de conhecer. Depois disso, é hora de pensar na logística. Pode parecer complicado, mas, calma, que a gente te ajuda.

Escolha a hospedagem com base no tempo que vai ficar na cidade

Nos roteiros que apresentei aqui, procurei evitar aquelas viagens corridas, com entra e sai de hotel para hotel, faz e desfaz malas todos os dias e com grandes perdas de tempo em deslocamentos muito longos. É assim que eu prefiro viajar e acredito ser mais confortável, de modo geral.

Sendo assim, a ideia é escolher cidades “chave” para servir de bases de hospedagem e ir fazendo viagens curtinhas, estilo bate e volta, na maioria dos dias. Essas são as cidades mais indicadas que podem servir de base de hospedagem no roteiro Bálcãs:

  • Roteiros de 3 e 5 dias: Dubrovnik;
  • Roteiro de 7 dias: Dubrovnik e Saraievo;
  • Roteiro de 10 dias: Dubrovnik, Saraievo e Belgrado;
  • Roteiro de 15 dias: Zagreb, Split, Dubrovnik, Saraievo e Belgrado.

Escolha o melhor transporte para o período

A região dos Bálcãs não é tão bem servida em termos de rede ferroviária, em comparação com outras partes da Europa. Além disso, como nem todas as cidades possuem aeroporto e a maioria dos deslocamentos do roteiro são curtos (com exceção dos trechos Zagreb-Split e Saraievo-Belgrado), o avião também não é o mais recomendado.

A melhor opção de transporte, especialmente em termos de orçamento, é viajar de ônibus. A Flixbus opera todos os trechos citados em todas as sugestões de roteiros, com ônibus próprios ou de parceiros, e os valores das passagens ficam entre R$ 33 e R$ 183 (pesquisa feita em 13 de junho de 2023). A Omio também é excelente para comparar preços e reservar passagens de trem, ônibus e até mesmo voos.

Outra ótima opção de transporte para a viagem pelos Bálcãs é utilizar um carro alugado. Foi o que eu fiz (também porque ainda não existia a “imbatível” Flixbus) e, na minha experiência, foi uma ótima escolha, pois me deu maior conforto, flexibilidade e liberdade para visitar áreas mais remotas e fazer paradas pelo caminho.

Nesse caso, a dica é usar a DiscoverCars para comparar todas as ofertas de locadoras de automóveis na região e ver a que oferece o melhor custo-benefício para você. Só não esqueça de checar a documentação necessária para atravessar as fronteiras dos países que vai visitar. E lembre-se que, se for retirar o carro em um local e devolver em outro, vai ter que pagar taxa adicional.

Paisagem com rochas e montanhas em Kotor, Montenegro, Roteiro Bálcãs
Para percorrer os destinos do roteiro com liberdade é interessante considerar o aluguel de carro. Foto: Peter Füssy

Verifique também a política da locadora em relação a circulação em outros países. Às vezes, por questões de seguro, a empresa pode ter uma regra específica que não permita usar o carro em determinado país (ainda que ele seja vizinho), então leia o contrato com atenção.

Uma última dica para dirigir nos Bálcãs é: desconfie do GPS. Isso mesmo. Às vezes, o sistema de navegação (até mesmo o Waze ou Google Maps) te orienta a fazer o caminho mais curto, utilizando estradas locais. Porém, saiba que você só pode passar de um país a outro pelas autoestradas principais, onde ficam os guichês de “border control” (controle de fronteira).

Isso aconteceu comigo. Tentamos entrar na Bósnia por uma estradinha local e passamos uns apuros com o guarda até entender que teríamos que voltar quase 100km (e perder um tempo precioso na viagem) para voltar à autoestrada e chegar ao controle de fronteira.

Programe os passeios com antecedência

Além de comprar as passagens aéreas e reservar a hospedagem meses antes da viagem, sugiro que você compre ingressos para as atrações mais concorridas, como o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice, por exemplo, com bastante antecedência também.

De modo geral, se for viajar entre os meses de junho e agosto, recomendo deixar quase tudo comprado: passagens de ônibus, passeios e excursões. Nessa época, os destinos ficam lotados e as atrações são muito mais concorridas.

Outra dica: em Dubrovnik, onde você vai ficar mais dias, considere comprar o Dubrovnik Pass, um cartão de desconto que oferece entrada em muitas atrações, incluindo as muralhas da cidade antiga e vários museus. O passe ainda dá descontos em restaurantes e outras atrações. Você pode comprá-lo passe para 1, 3 ou 7 dias. Os preços ficam entre 35€ e 55€.

Fique conectado durante a viagem

Viajar pelos Bálcãs é se surpreender com os cenários o tempo todo. Você vai se sentir dentro de cartões-postais em quase todos os destinos. E, com certeza, vai querer não só registrar, mas compartilhar todas essas maravilhas com amigos e familiares.

A dica, então, é comprar um chip internacional para se manter conectado durante toda a viagem. A America Chip oferece planos com internet 4G ilimitada, além de plano com ligações incluídas. Fique atento na hora da compra, a maioria dos países não faz parte da União Europeia, então o chip Mundi é o mais recomendado.

Vai estender a viagem pela região? Saiba o que fazer em Bucareste.

O que saber antes de viajar para Bálcãs

A região dos Bálcãs, como já dissemos, possui uma diversidade grande de culturas. Então esteja preparado para lidar com diversos idiomas. Especialmente nos quatro países incluídos no roteiro, você vai se deparar com sérvios que vivem na Bósnia, mas falam sérvio. Ou vice-versa. Parece confuso, e realmente é.

Todos esses países estão em uma região de conflito étnico histórico e foram agrupados forçadamente na Iugoslávia durante a maior parte do século XX. Nos anos 90, a Iugoslávia se desintegrou e os países foram, um a um, se tornando independentes, mas não sem conflitos. O último deles foi Kosovo, que declarou independência da Sérvia em 2008, mas ainda não foi completamente reconhecido.

Então a dica é: tente não entrar muito profundamente nestes temas com as pessoas locais, especialmente as mais velhas, pois o risco de você cometer uma “gafe diplomática” é grande. Esteja sempre aberto para apenas ouvir e tentar entender as dificuldades que essas pessoas e suas famílias enfrentaram em um passado bastante recente.

Agora vamos às dicas práticas.

Providenciar a PID

Quando fiz essa viagem, utilizei apenas a carteira de habilitação do Brasil para dirigir na Croácia, Montenegro e Bósnia. Porém, meu roteiro não incluiu a Sérvia naquela ocasião. É importante saber que a Sérvia somente reconhece carteiras de motorista estrangeiras emitidas por países da União Europeia.

Portanto, se a sua CNH é brasileira, você vai precisar providenciar a Permissão Internacional para Dirigir (PID). Este documento funciona como uma tradução oficial da sua habilitação e precisa ser obtido no Brasil (com antecedência) junto ao Detran. Não esqueça que a PID só é válida se estiver acompanhada da sua Carteira Nacional de Habilitação, que também precisa estar válida.

Apesar de não ser obrigatória em todos os países, é sempre melhor viajar com uma PID, pois fica mais fácil realizar procedimentos como checagem de informações se você for parado em uma fiscalização, por exemplo. Mesmo na hora de alugar o carro, o atendimento acaba sendo mais rápido, uma vez que você tem um documento internacional (e traduzido) em mãos.

Seguro viagem é obrigatório na Croácia

Por falar em seguro, também é muito importante saber que o seguro viagem Europa é obrigatório na Croácia, que faz parte do Tratado Schengen. Nos demais países, apesar de não ser obrigatório, é muito recomendado.

Faça uma boa pesquisa no Seguros Promo, veja todos os planos e opções e viaje tranquilo, com a certeza de estar coberto para eventuais despesas médicas e outras despesas relacionadas à viagem.

Além disso, o seguro viagem ainda fornece cobertura de itens importantes para quem aluga carro, como assistência jurídica por acidente de trânsito e remessa para fiança judicial para acidentes de trânsito.

Documentação e visto

Atualmente, brasileiros não precisam de visto para fazer uma viagem de turismo de até 90 dias nos quatro países incluídos neste roteiro Bálcãs. Apesar de somente a Croácia fazer parte do Espaço Schengen (tendo aderido em 2023), Montenegro, Sérvia e Bósnia também não requerem visto para a entrada de turistas brasileiros.

No entanto, já fique sabendo que, a partir de 2024, vai ser necessário solicitar uma autorização para viajar à Europa, mesmo a turismo. O ETIAS (Sistema Europeu de Informações e Autorização de Viagem) funcionará como um visto ou permissão para viajar para os países-membros do Espaço Schengen.

Levar dinheiro

Voltando à questão da diversidade cultural da região, além dos vários idiomas, você também vai se deparar (e precisar usar) diferentes moedas durante a sua viagem. Isso porque somente a Croácia e Montenegro utilizam o euro como moeda oficial. Já a Bósnia e a Sérvia fazem parte da lista de países que não adotam o euro.

Assim, sugiro levar um pouco de dinheiro em espécie para trocar por lá. Mas, para não precisar ficar tendo que ir em casa de câmbio toda hora, o ideal é levar também o cartão Wise, um cartão de débito internacional pré-pago, que conta com mais de 50 moedas diferentes. Você vai poder utilizá-lo para pagar em praticamente todos os lugares em que cartões de débito são aceitos e também pode realizar saques na moeda local.

Planejar um roteiro por uma região tão diversa e não tão “dominada” pelo turismo (ainda) pode parecer desafiador, mas com todas essas dicas, tenha a certeza que sua aventura pelos Bálcãs será inesquecível. Boa viagem!