A maioria das pessoas que viajam para a Itália incluem um roteiro Toscana no seu programa de viagem, mas, o pecado que muita gente comete é pensar que a Toscana é pequena e que se pode fazê-la em poucos dias.

Neste artigo, conto tudo o que você não pode deixar de ver e fazer em um roteiro pela região. Fiz um guia separando em roteiros de 3, 5, 7, 10 e 15 dias, recheados com o melhor da Toscana e ainda algumas coisinhas das regiões que fazem fronteira com ela, vem comigo!

Como fazer o roteiro Toscana?

Para fazer um belo roteiro pela Toscana, antes de mais nada você precisa responder a 3 perguntas:

  1. Quanto dias quer dedicar a essa região?
  2. Vai fazer de carro ou vai aproveitar a malha de trens?
  3. Que tipo de hospedagem prefere ficar?

Todas essas 3 respostas te darão o caminho para você montar um roteiro perfeito, e eu te explico o porquê:

  • A quantidade de dias balizará a sua decisão entre fazer a ‘Toscana Turística’ e/ou a ‘Toscana Autêntica’;
  • A Toscana é bem servida de trens, mas, se você optar pela ‘Toscana Autêntica’ seria melhor ter um carro à disposição, pois muitos dos lugarejos não tem acesso de trem direto; teria de complementar com um ônibus;
  • O tipo de hospedagem é outro ponto importante, pois igualmente poderá balizar a sua decisão sobre quais cidades escolher de base para dormir e se você vai precisar de carro ou não para chegar.

Bem, mas você é uma pessoa de sorte e chegou no lugar certo!

Neste artigo vou te dar todas as dicas e o caminho das pedras para você conhecer o melhor da Toscana. Até um mapinha separado pelas quantidades de dias de roteiro eu fiz. Dá uma olhada e se inspire para montar o seu programa de viagem perfeito pela bela Toscana.

Quantos dias são suficientes para fazer um roteiro Toscana?

Sou suspeita para falar, porque vivo aqui há quase dois anos e não conheci tudo o que quero conhecer ainda. Mas ok, um turista quer conhecer os pontos principais e talvez mais alguns inusitados, certo? Então eu diria que em 7 dias você sairá dessa região tendo contemplado boa parte do que ela tem de melhor.

Mas se você tiver mais, eu recomendo, por isso dou conselhos do que fazer também em 10 e em 15 dias pela região. Está pronto para começar a viajar comigo? Então vamos lá!

Roteiro de 3 dias na Toscana

Se você tem apenas 3 dias para fazer a Toscana, certamente, terá de incluí-la novamente no seu próximo roteiro pela Itália. A região da Toscana é grande e tem muitas belezas e delícias que precisam ser apreciadas e vivenciadas, pelo menos uma vez na vida.

Então, para ser bem objetiva, em 3 dias, a minha sugestão é fazer pelo menos:

  • 1º dia: Florença;
  • 2º dia: Siena + San Gimignano;
  • 3º dia: a região do Chianti.

Em Florença você precisará de um dia inteiro para poder apreciar todas as belezas que a capital do Renascimento proporciona. Tem muita coisa do que fazer em Florença, mas você precisa ver pelo menos:

Siena e San Gimignano

A encantadora Siena é um local que precisa estar no seu roteiro Toscana. Um tesouro histórico que remonta à idade média, palco de uma das mais famosas e duradouras rivalidades entre cidades da Itália, ao lado de Florença.

Famosa pelo seu cenário arquitetônico muitíssimo bem preservado na sua Piazza del Campo, a grande praça em formato de concha onde ocorre a renomada corrida de cavalos, chamada de Palio di Siena, duas vezes por ano.

Além da Piazza del Campo em si, Siena ainda oferece:

  • Battistero di San Giovanni;
  • Basilica di San Francesco;
  • Museo Civico, onde se conta a história de Siena e de como ela perdeu a disputa para Florença;
  • Fonte Gaia, no centro da Piazza del Campo, toda adornada com figuras mitológicas e alegóricas.

San Gimignano é uma volta no tempo. Eleita Patrimônio Mundial pela UNESCO, é uma comune italiana da província de Siena, considerada um dos mais belos e bem preservados borgos medievais.

A parte histórica da cidade, conhecida como San Gimignano delle belle Torri, foi um importante ponto para as peregrinações até Roma pela Via Francigena — rota que leva peregrinos pelo caminho de Santiago de Compostela.

As famílias que controlavam a cidade entre os séculos XI e XVIII construíram cerca de 72 torres-casa (algumas atingiram 50 m de altura), como símbolo de poder e riqueza da época. Embora hoje só existam 14 delas, San Gimignano mantém a sua atmosfera feudal.

O que ver em San Gimignano:

  • Porta di San Giovanni;
  • Piazza della Cisterna;
  • Piazza del Duomo;
  • Museo Civici;
  • Torre Grossa e Torre Salvucci Maggiore (as mais importantes);
  • Igreja de Santo Agostinho.

Ah e uma sugestão imperdível: em San Gimignano está localizada uma das mais famosas gelaterias da Itália, a Dondoli, que no alto do verão tem filas quilométricas para comprar o gelato — mas vale a pena.

A região do Chianti

O Chianti é uma das regiões mais antigas e famosas da Itália no que diz respeito à produção de vinho. A sua tradição vitivinícola remonta há séculos. Foi ali, entre Florença e Siena que se deu a criação das primeiras DOCs (Denominação de Origem Controlada) italianas, pelas mãos de Cosimo III de Medici em 1716, na época, Grão Duque da Toscana.

As áreas vitivinícolas de Pomino, Carmignano, Chianti e Val D’Arno di Sopra foram as primeiras DOCs criadas no mundo, seguidas, obviamente, pela França, Hungria e Portugal.

Mas o rota do Chianti não é feito só de vinho. Borgos medievais e pitorescos vilarejos estão por todos os lados.

No mapinha que anexei acima, aparecem 6 pequenas cidades da região do Chianti para você fazer (ou escolher). Elas não são tão longe umas das outras e de carro você terá a mobilidade que precisa para gerir o seu tempo entre uma paradinha e outra para conhecer uma das rotas de vinho na Toscana. São elas:

  1. Castellina in Chianti;
  2. Panzano;
  3. Greve in Chianti;
  4. Castello di Volpaia;
  5. Radda in Chianti;
  6. Gaiole in Chianti.

Uma boa opção é fazer uma excursão a Pisa, Siena, San Giminiano e Chianti a partir de Florença.

Roteiro de 5 dias na Toscana

Já com 5 dias na Toscana, eu incluiria no roteiro Pisa, uma chegadinha perto do mar, e ainda um borgo medieval rodeado por uma muralha de mais de 4,2 km de extensão.

  • 4º dia: Pisa e Lucca;
  • 5ª dia: um belo passeio pela Costa Toscana, incluindo: Livorno, Viareggio, Versilia e Torre del Lago Puccini.

Pisa e Lucca

Pisa é uma cidade icônica na Toscana, famosa pela sua Torre Inclinada. Mas além da torre de Pisa, na Piazza dei Miracoli, você pode explorar ainda a Catedral de Pisa, o Batistério e se sentar para tomar um cappuccino e comer um corneto (croissant) enquanto aprecia de longe a torre torta. Se for ao fim do dia e tiver sorte, o pôr do sol na Piazza dei Miracoli é belíssimo.

Passeando pelo centro histórico, você verá os resquícios da Pisa medieval, com praças cheias de cafés e restaurantes, até chegar à Piazza dei Cavalieri.

Complexo de Pisa, na Itália
Deixe para visitar a Piazza dei Miracoli no fim do dia, assim você garante fotos. Foto: Cyntia Braga

A capital da província está a cerca de 10 km do mar, o que te garante fácil acesso à costa da Toscana, com praias de pedras brancas e paisagens bem interessantes. Pisa oferece uma mistura única de história, cultura e um toque litorâneo.

Lucca tem uma encantadora atmosfera medieval. O centro histórico é circundado por uma muralha renascentista impressionante, que se estende por cerca de 4,2 km.

Na cidade murada, explore as ruas estreitas de paralelepípedos, admire as praças pitorescas, como a Piazza dell’Anfiteatro e vá até a Torre Guinigi, famosa por suas árvores no topo. Ainda no centro do antigo borgo, você verá a Catedral de San Martino.

Lucca é famosa pelo passeio de bicicleta ao longo da muralha, e assim como em Pisa, se for ao entardecer não vai se arrepender do espetáculo.

Também é possível fazer uma viagem de 1 dia para Pisa e Lucca com degustação Buccellato (doce tradicional) a partir de Florença.

Aprofunde a sua leitura com o nosso guia “Descobrindo o vinho toscano“.

A costa toscana

Se você optar por esse passeio sairá impactado. Muita gente não sabe, mas a Toscana tem praias deslumbrantes para serem visitadas. Nesta jornada pela costa toscana, o charme marítimo, a cultura e as belezas naturais fazem dessa região um destino verdadeiramente cativante. Esse passeio oferece uma mistura encantadora de praias ensolaradas, cultura marítima e uma rica herança artística.

Comece explorando Livorno, uma cidade portuária com um toque autêntico, conhecida por seu mercado central, pela Terrazza Mascagni e por seus canais venezianos. Não deixe de provar o prato mais famoso deles, o cacciucco’, um ensopado de frutos-do-mar que inclui diferentes peixes, lulas, polvo e camarões, cozidos em um caldo de tomate temperado com alho, pimenta vermelha, azeite e vinho branco.

Na sequência siga para Viareggio, famosa por suas praias e pelo seu extravagante carnaval. Aproveite a orla para uma agradável caminhada e pare em um dos muitos restaurantes de frutos-do-mar; eu que sou louca por camarão, recomendo!

Calçada Mascagni, em Livorno
Um passeio por essas calçadas te inspiram, no inverno ou no verão. Foto: Cyntia Braga

Versilia é outra joia da região. Praias pitorescas cheias de guarda sois combinadinhos e várias cidadezinhas à beira-mar, além de hotéis, lojas e cafés chiquérrimos.

E para encerrar o passeio na costa, visite Torre del Lago Puccini, onde a Museu de Puccini celebra a vida e a música do famoso compositor. Ali, no verão, acontecem concertos e apresentações de ópera em um anfiteatro ao ar livre, do ladinho do famoso Lago Massaciuccoli. Fui assistir Turandot lá, (a da famosa música ‘Nessun dorma’), no auge do verão e super recomendo, é belíssimo!

Roteiro de 7 dias na Toscana

Com 2 dias a mais já podemos ir conhecer algumas microcidades que normalmente não são tão exploradas pelas grandes agências, quando fazem roteiros para seus clientes, mas que são verdadeiras pérolas, escondidinhas entre Firenze, Siena e Pisa, no coração do Chianti Clássico, que são:

  • 6º dia: Certaldo, San Miniato e Vinci;
  • 7ª dia: Monteriggioni e Colle di Val d’Elsa.

Certaldo, San Miniato e Vinci

Certaldo é uma encantadora cidadezinha situada nas colinas entre Livorno e Florença. Com ruas de paralelepípedos, edifícios medievais bem preservados e uma atmosfera super tranquila, encanta com o seu teleférico — pois para subir até o borgo dá uma certa canseira a pé.

O funicular, como é chamado na Itália, divide a comune em duas partes: Certaldo Alto e Certaldo Basso. Certaldo Alto é a grande atração: casas de pedra, pracinhas acolhedoras e uma torre medieval imponente. É o local de nascimento do escritor Giovanni Boccaccio, autor de “O Decameron”, e a casa-museu em sua homenagem pode ser visitada.

San Miniato e Vinci são igualmente encantadoras. Vinci vale uma visita porque tem atrações turísticas notáveis: a cidade é bem conservada e oferece vislumbres das colinas panorâmicas toscanas, ruas estreitas características onde se pode vivenciar a atmosfera dos séculos passados.

Vista da torre de San Miniato com paisagem toscana ao fundo
San Miniato tem belas vistas das colinas toscanas

O Castelo, também chamado o Castelo do Navio, é o edifício que delimita a aldeia histórica e é agora a sede do município. Na praça ao fundo do castelo, vê-se a grande escultura de madeira L’uomo di Vinci, de Mario Ceroli, que interpreta a imagem e o conceito do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci (1452-1519).

Ainda passeando pelo pequeno borgo você pode entrar na Igreja de Santa Croce, onde Leonardo foi batizado. Um pouco distante para se ir a pé, mas de carro você chega em menos de 10 minutos, é a casa onde nasceu Leonardo da Vinci, situada em um vilarejo que se chama Anchiano.

Ali, imersa no meio do campo, entre oliveiras, você pode entrar numa pequena casa que hoje conserva alguns itens da época, onde se pode ver algumas esculturas e objetos que representam a obra do gênio. Parada obrigatória, já que você se dispôs a ir até Vinci, assim poderá admirar todo o complexo e itinerário de Leonardo da Vinci.

San Miniato, por sua vez, fica empoleirada nas colinas entre Florença e Pisa, ao longo do rio Arno. A parte mais alta da cidade oferece um panorama espetacular. A pequena aldeia tem origens que remontam à época etrusca e romana, mas os edifícios principais datam do século XIII.

Além disso, San Miniato é a terra do “tartufo bianco”, essa iguaria que se encontra nos bosques da região e são descobertas por cães treinados que te ajudam a identificar e a colher, para se fazer pratos e molhos simplesmente sensacionais.

Monteriggioni e Colle Val d’Elsa

Monteriggioni ocupa o topo de uma colina, com paisagem a perder de vista, encostas plantadas com vinhedos e oliveiras. O borgo é pequeníssimo e é possível conhecê-lo em pouco mais de 1 hora de caminhada. Há as ruínas de um castelo fundado na segunda década do século XIII pela República de Siena, com o objetivo principal de criar um posto avançado de defesa contra a sua rival Florença.

Em Monteriggioni acontece uma importante festa medieval, todos os anos no verão. A festa de chama ‘Monteriggioni di torri si corona’ e envolve centenas de pessoas que vem de vários cantos da Itália para participar e prestigiar o evento.

Durante 3 dias você se vê imerso na atmosfera medieval, com pessoas vestidas com roupas da época, comidas absolutamente feitas da mesma forma como antigamente se fazia. Uma festa que recria o ambiente, as tradições, as diversões, comidas e bebidas da Idade Média. É incrível! Se você fizer o roteiro Toscana em julho, não deixe de colocar na sua lista.

Inclua a cidade medieval Monteriggioni no seu roteiro Toscana
Mergulhe no tempo, ao incluir Monteriggioni no roteiro Toscana. Foto: Cyntia Braga

Colle Val d’Elsa é uma daquelas pérolas, que você não espera encontrar, mas quando encontra, se encanta. É também conhecida como a ‘Cidade do Cristal’, devido à sua longa tradição na fabricação de cristal e vidro.

A parte moderna da cidade, Colle Bassa, é onde muitas das fábricas e lojas de cristal estão localizadas. Os visitantes podem explorar essas lojas e até mesmo assistir a demonstrações de fabricação de vidro, como acontece em Murano, região de Veneza.

A Colle Alta é o coração medieval da cidade — particularmente, é o que eu gosto mais — com aquelas típicas ruas estreitas, praças charmosas e edifícios históricos bem preservados. A Catedral da comune é em louvor a Santa Maria Assunta e é um belo destaque arquitetônico no centro do vilarejo.

Roteiro de 10 dias na Toscana

Com 10 dias para o roteiro Toscana, o céu é o limite e nesse ponto recomendaria fazer dois dos lugares mais icônicos do vinho italiano. Além deles, um lugar mágico: um pequeno borgo medieval, digno daquelas fotos que mais parecem uma pintura e ainda, as termas mais famosas da Itália. Confere abaixo as minhas dicas:

  • 8º dia: Montalcino e San Quirico D’Orcia;
  • 9º dia: Pienza e Montepulciano;
  • 10º dia: Termas de Saturnia e Pitigliano.

Montalcino e San Quirico D’Orcia

Também localizada no alto de uma colina, Montalcino é um verdadeiro paraíso para os amantes de vinho. É aqui que o famoso vinho Brunello di Montalcino é produzido, com as famosas uvas toscanas Sangiovese.

A principal atração da cidade é a sua fortaleza medieval. Ali você terá vistas espetaculares das colinas, além de ser um ótimo lugar para apreciar o pôr do sol. E claro, haverá inúmeras enotecas para você degustar vários Brunellos.

Mas, dica pessoal de uma sommelier: não compre ‘rótulos’ famosos, pesquise por tradição ‘sem ostentação’. Vinícolas pequenas e médias, viticultores boutique, que fazem pequenas quantidades; te garanto que esses são os melhores!

Estrada com uma rotatória de ciprestes na Toscana.
As estradas da Toscana são um verdadeiro encanto!

San Quirico D’Orcia é mais uma das pérolas da Toscana. Uma vila que parece ter saído de um conto de fadas. As suas ruas estreitas são ladeadas por casas de pedra e palácios renascentistas.

Mas o mais legal desse passeio é ir até a icônica circunferência de ciprestes, na região do Val d’Orcia, e ver de perto ‘os ciprestes de San Quirico d’Orcia’, que estão localizados em uma colina da Via Cassia, parte norte do território de San Quirico d’Orcia, em I Triboli.

Pienza e Montepulciano

Pienza é um dos borgos que moram no meu coração. Localizada na província de Siena, entre o Val d’Orcia e o Valdichiana, foi projetada pelo papa Pio II para ser a “cidade ideal”. Os edifícios históricos são belíssimos e bem preservados.

Visite os Palácios Piccolomini e Borgia, que ficou famoso pela forte influência do cardeal Rodrigo Borgia na sua reestruturação, logo após ter se tornado Papa, em 1492.

Ah, e não deixe de experimentar o famoso queijo Pecorino, uma iguaria local, em uma das muitas lojinhas que demonstram as suas belas produções nas vitrines. Ou melhor, faça um tour por uma fazenda de laticínios com degustação.

E Montepulciano é outra ‘meca’ do vinho na Toscana, com o seu famoso ‘Vino Nobille di Montepulciano’. O borgo medieval é repleto de caves subterrânea onde repousam as produções dos viticultores da região e você precisa entrar em uma delas, além é claro fazer uma degustação de vinhos.

Mas, uma das coisas que mais chama turistas para Montepulciano, além do vinho, é que a cidade foi palco das gravações da famosa série Crepúsculo. Ali foram gravadas cenas icônicas, como a cena de quando o Porsche amarelo é parado pela polícia, na Piazza San Francesco.

Além dessa, a cena quando Bella, a protagonista, corre pela multidão para salvar a vida de Edward. Aquela cena, filmada na Piazza Grande, bem em frente ao Palazzo del Comune, foi realizada por mais de 1 mil figurantes em vestes vermelhas. Consegue imaginar que o mundo parou ali, naquele momento!

Pitigliano: a Cidade Esculpida na Rocha

Pitigliano é verdadeiramente única, com a suas casas empilhadas e esculpidas na rocha de tufo (magma vulcânico). Também conhecida como a “Pequena Jerusalém”, devido a sua história judaica, a cidade tem uma atmosfera mágica e misteriosa.

Localizada na região de Maremma, já descendo sentido Roma, Pitigliano é bem diferente dos tradicionais borgos medievais que vemos por toda a Toscana. As casas antigas, esculpidas na época etrusca diretamente nas rochas de tufo vermelho-amareladas, são absolutamente fantásticas e inconfundíveis, sobressaindo na paisagem verde do entorno.

Termas di Saturnia, na Itália
As Termas di Saturnia é um dos lugares mais lindos e mais aconchegantes do roteiro pela Toscana.

Esse borgo vai te deixar impressionado e preparar psicologicamente o seu espírito para o grande momento de relaxamento da sua viagem: Termas de Saturnia, um paraíso de águas azul-turquesa, aquecidas naturalmente a 37 graus, o ano todo.

Também localizado na região da Maremma, as termas foram sendo esculpidas ao longo dos séculos e são um dos lugares mais lindos e relaxantes de toda a Toscana. E o melhor de tudo: de graça!

Então, a minha recomendação para você é chegar cedo, já com a sua roupa de banho por baixo, escolher um lugar para deixar a sua mochila com a toalha e se entregar ao prazer daquelas águas aquecidas — recomendo ir no inverno ou pelo menos outono, pois a água é quente o ano todo.

Aproveite e leia essa coluna em que explico a diferença entre guia e acompanhante turístico.

Roteiro de 15 dias na Toscana

Com 15 dias nadamos de braçada no roteiro Toscana. Além de recomendar outros dois lugares antes de sair da sua hospedagem em Montalcino e ir para outra super autêntica, no coração da toscana ‘contadina’, te aconselho a visitar mais alguns borgos pequeníssimos, mas cheios de história, e de história etrusca.

  • 11º dia: Perúgia e Assis (Umbria);
  • 12º dia: Orvieto e Civita di Bagnoregio (Umbria);
  • 13º dia: Peccioli, Ghizzano e Volterra;
  • 14º dia: Bolgheri e os famosos Super Toscanos + Castagneto Carducci;
  • 15º dia: Cinque Terre (Ligúria)

Perugia e Assis

A Perúgia é a capital de outra região italiana, a Úmbria e fica mais à direita do mapa da Itália, sentido mar Adriático. Fundada pelo povo etrusco no século VI a.C., antes da ascensão de Roma, os vestígios dessa antiga civilização ainda podem ser encontrados em vários locais e elementos arqueológicos do centro histórico.

Os etruscos deixaram as suas marcas na forma de tumbas, inscrições e outras evidências arqueológicas ao redor de Perúgia. No museu se tem um rico resumo do que foi a época etrusca na Itália — vale a visita.

O Arco Etrusco, um antigo arco de pedra que remonta a mais de 2.300 anos, é um exemplo notável da influência etrusca na cidade. É lindo e super interessante conhecer melhor a cultura etrusca, eu recomendo.

O que ver e comer na Perúgia?

Fazer uma excursão a pé por Perúgia vale a pena para conhecer os seguintes pontos:

  • Palazzo dei Priori e Piazza IV Novembre, no coração do centro histórico;
  • Catedral de San Lorenzo, onde se pode ver afrescos de Perugino, importante mestre e pintor renascentista italiano, nascido por volta de 1446, com obras espalhadas por toda a Itália, incluindo Capela Sistina, no Vaticano;
  • Rocca Paolina, uma fortaleza do século XVI que oferece vistas panorâmicas da cidade;
  • Galleria Nazionale dell’Umbria, onde se pode conhecer verdadeiros tesouros de arte italiana;
  • Basílica de São Pedro, local de peregrinação e onde São Francisco de Assis foi batizado;
  • Museu Nacional de Arqueologia da Úmbria, com a história etrusca belamente retratada;
  • Corso Vannucci, a principal rua de Perúgia do centro histórico, cheia de lojas, cafés e restaurantes.

Em Perúgia, não deixe de experimentar a comida tradicional da Úmbria:

  • Strangozzi: uma massa longa e grossa, semelhante ao espaguete, geralmente servida com molhos ricos à base de cogumelos, trufas ou carne;
  • Cacciatore, um guisado de carne, frequentemente de frango, cozido com tomates, vinho, ervas e legumes, criando um saboroso molho;
  • Salame di Cinghiale, um salame feito com carne de javali, muitas vezes temperado com ervas e especiarias;
  • Cioccolato Perugina, a famosa marca de chocolate Perugina é originária de Perúgia, que você certamente já viu, pelo menos o famoso ‘Baci Perugina’;
  • E em termos de vinho, a uva autóctone da região é a Sagrantino, com a qual são feitos tintos encorpados e aromáticos, maravilhosos de se beber com carnes fortes, e com o cinghiale é perfeito.

Assis, a cidade de São Francisco

Assis, a poucos minutos da Perúgia, é a cidade de nascimento de São Francisco de Assis, um dos santos mais queridos da história cristã. Além do seu significado religioso, Assis é uma pequena comune como muitas da Itália, com construções medievais, ruas de paralelepípedos e vistas que entregam paisagens deslumbrantes. Veja o que fazer por lá:

  • Basílica de São Francisco;
  • Basílica de Santa Clara;
  • Rocca Maggiore;
  • Piazza del Comune, onde você pode ver o Templo de Minerva, um antigo templo romano transformado em igreja;
  • Museu de São Francisco, com uma bela coleção de artefatos relacionados a São Francisco e à história de Assis.

Orvieto e Civita di Bagnoregio

Ainda estamos na Úmbria, fronteira com a Toscana e essa cidadezinha é muito famosa por sua impressionante catedral de duas cores, vistas panorâmicas e a sua rica história etrusca. O que ver em Orvieto:

  • Duomo di Orvieto;
  • Pozzo di San Patrizio, um poço construído no século XVI que desce a 62 metros de profundidade. Você pode descer as suas escadas em espiral para ver como a água era acessada antigamente;
  • Torre del Moro, com vistas da cidade e do entorno deslumbrantes;
  • Orvieto Underground, o ponto alto dessa visita, na minha opinião, com passeio por cavernas subterrâneas e passagens secretas que percorrem a cidade.

E chegamos na fronteira, com mais uma região italiana, o Lazio e essa cidadezinha, Civita di Bagnoregio é outra pérola imperdível no seu roteiro Toscana.

Trata-se de uma vila medieval que fica no alto de um monte de tufo calcário, há 443 metros acima do nível do mar e entre o vale de 2 rios. Habitada desde a idade do bronze, passando por assentamento etrusco e, é claro, os romanos.

Civita di Bagnoregio, um dos borgos medievais menos povoados da Itália.
Na fronteira da Toscana, a Civita di Bagnoregio chama atenção e merece a visita

Ao longo dos séculos ela foi ficando cada vez mais desabitada. A sua ligação com outras cidades foram sendo destruídas, até que após a Segunda Guerra Mundial foi construído o viaduto que dá hoje acesso ao borgo. Ela é conhecida como ‘a cidade que morre’, justamente por causa de sua progressiva erosão e claro, por ter cada vez menos gente morando ali — pelas últimas estatísticas, era apenas uma dezena de pessoas.

Além de curtir as ruelas, apreciar a arquitetura medieval preservada, um dos pontos altos da visita é sem dúvida ir visitar as cavernas subterrâneas escavadas pelos etruscos e habitadas por ‘contadini’, ou camponeses de épocas remotas. Ali, dentro da rocha se tem uma aula de história ao se deparar com ferramentas típicas camponesas, prensas para a extração do azeite de oliva e ainda barricas antigas onde armazenavam vinho e outros utensílios utilizados na época.

Peccioli, Ghizzano e Volterra

Voltamos para o coração da Toscana e agora vamos explorar outras 3 microcidades da província de Pisa, pouco conhecidas e exploradas nos roteiros convencionais e bem distintas entre elas.

A primeira é Peccioli, com suas vielas íngremes, uma antiga igreja paroquial e uma torre de sino que é o símbolo da comune. Com um passado tipicamente contadino, ou seja, camponês, onde famílias produziam vinho, azeite e grãos, Peccioli não parou no tempo, pelo contrário, olhou para o futuro, para a sustentabilidade e desenvolveu projetos junto aos seus habitantes que já ganharam expressão internacional, como as questões ligadas a coleta e separação adequada do lixo.

Além disso, oferece ao visitante e aos seus moradores, uma série de instalações de arte contemporânea, inseridas no tecido urbano, transformando Peccioli em uma oficina de arte a céu aberto. O seu terraço envidraçado e o seu Palazzo Senza Tempo, com obras de artes permanentes de artistas locais, deixam o vilarejo agradável e culturalmente atrativo para uma tarde e noite de passeio.

Ghizzano

Ghizzano é um pequeno vilarejo toscano com aproximadamente 350 habitantes, fração de Peccioli. Pouco conhecida até alguns anos atrás, essa vila tornou-se um dos lugares mais fotografados da Toscana desde 2019, quando, por meio da iniciativa da prefeitura, três artistas foram convidados a criar algumas intervenções e obras de arte permanentes para melhorar as ruas do centro. Desde então, Ghizzano entrou para a lista dos vilarejos mais coloridos da Toscana.

Casas coloridas em Ghizzano, na Toscana
As casas coloridas de Casas coloridas em Ghizzano tornaram a cidade famosa

Visitar Ghizzano e caminhar entre as fachadas multicoloridas das casas na Via di Mezzo é como estar em uma paleta de cores vibrantes em tons de verde, que não roubam a cena das cores da paisagem toscana, mas coexistem com o ambiente ao redor. É divertido ver uma fileira de casas geminadas com fachadas multicoloridas.

Além das cores, desenhos e instalações espalhadas pela micro vila faz de Ghizzano uma obra de arte a céu aberto e um dos lugares mais instagramáveis da Toscana.

Ah, e não posso deixar de citar a Tenuta di Ghizzano, uma vinícola que faz uma série de rótulos biológicos e biodinâmicos que precisam ser degustados.

Volterra

Volterra é absolutamente encantadora e tem a sua origem no século IX a.C., quando surgiram os primeiros povoados etruscos no alto do cume. Um belíssimo e bem preservado borgo medieval, com arcos de entrada, ruas estreitas, casas de pedra e as ruínas de um pequeno anfiteatro romano, datado do final do século I a.C. por onde se pode passear a pé entre as fileiras, palco e termas.

Lembra que comentei sobre Montepulciano e as gravações da saga Crepúsculo acima? Pois bem, o livro transporta os leitores para a etrusca cidade de Volterra, em meio as colinas Toscanas. Ali, uma família conhecida vive entre os becos e palácios, escondida entre as obras de alabastro e as ruínas etruscas: os Volturi, um clã antigo e poderoso, bem como uma família real de vampiros.

Sim, é Volterra a grande protagonista dessa história, mas o prefeito da época não permitiu as gravações da série no borgo, então a produção escolheu Montepulciano.

Obviamente, dado o enorme sucesso nos cinemas, a cidadela posteriormente decidiu adaptar o seu turismo e criar um percurso nas pegadas do romance de Stephanie Meyer. Mas tem outras coisas legais para ver em Volterra.

Outras duas dicas legais para fazer em Volterra durante o seu roteiro Toscana:

  1. Almoce no Restaurante Del Duca, onde uma chef brasileira casada com um italiano oferece pratos típicos da cozinha toscana em um ambiente agradável e com ar-condicionado (no verão você vai me agradecer por essa dica).
  2. No alto da colina que da vista para o anfiteatro romano, tem uma loja de joias com simbologia etrusca magnífica, se chama Fábula Etrusca. Centenas de adereços em ouro branco e amarelo com representações do cotidiano e crenças do povo ancestral.

Bolgheri, os Super Toscanos e Castagneto Carducci

Bolgheri é certamente uma das mais charmosas cidades próximas do litoral da Toscana. A cidadezinha está espalhada em torno de um belo castelo que dá nome à cidade.

A estrada que leva ao castelo e a cidade em si, chamada Strada Bolgherese, mas conhecida mesmo por Vialle dei Cipressi ou vila dos ciprestes, é uma estrada famosa na Toscana, pelos seus ciprestes e pela sua beleza. A cidade é bem pequena, mas tem um centro muito pitoresco e delicioso para caminhar, comprar e degustar vinhos, além de comer pratos típicos da culinária toscana.

Bolgheri pertence ao comune di Castegneto Carducci, localizada na província de Livorno, e ficou famosa por seus vinhos de alta qualidade, os famosos Super Toscanos, vinhos que subverteram as regras do Chianti Clássico, introduzindo os chamados ‘cortes bordoleses’, ou seja, cepas francesas como Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Peti Verdot.

No início, o que era mal visto e mal avaliado, fazendo despencar a classificação dos vinhos produzidos com o acréscimo destes corte para o tradicional ‘vinho de mesa’, se transformou em uma tipologia de vinho única no mundo, ganhando fama internacional e diversos prêmios, pela sua alta qualidade. O ícone deste movimento é a Tenuta San Guido, com o seu premiado mundialmente Sassicaia.

Castagneto Carducci é um minúsculo borgo no alto de uma colina, próxima ao borgo de Bolgheri, cuja atração principal é o castelo-agriturismo do Conde dedlla Gherardesca, nas mãos da mesma família desde o ano 1000, e que hospeda apenas famosos e milionários. Mick Jagger já se hospedou ali por 3 meses.

Cinque Terre, na Liguria

E então chegamos a minha última sugestão desse roteiro Toscana e, mais uma vez, na fronteira com outra região da Itália, desta vez, a Ligúria.

As Cinque Terre são um grupo de cinco vilas costeiras pitorescas, banhadas pelo Mar da Ligúria, um trecho do Mar Mediterrâneo que se estende ao longo da costa noroeste da Itália e que oferece águas cristalinas de um azul-turquesa estonteante. As 5 terras são:

  1. Monterosso al Mare;
  2. Vernazza;
  3. Corniglia;
  4. Manarola — a mais famosa e fotografada;
  5. Riomaggiore.

Para acessar as 5 terras você pode fazer de carro ou de trem pela encosta, mas, a minha sugestão é sem dúvida fazer de barco, pois as belas vistas da chegada em cada uma delas é magnifica vendo do mar. Então pegue o barco em La Spezia, uma minúscula cidadezinha onde tem a marina com a oferta dos barcos.

O mar azul-turquesa de Cinque Terre, Itália
Manarola é uma das mais visitadas das 5 terras da Liguria. Foto: Cyntia Braga

Através desse passeio de barco e a compra do bilhete de um dia com hop-on hop-off você pode parar em cada uma delas, explorar um pouco e retornar ao barco, completando o circuito, mas, na verdade, eu não recomendo isso, pois assim você não explora bem cada uma delas.

Escolha um delas e reserve pelo menos 1 ou 2 noites na região, assim você curte o fim do dia, jantares ao ar livre sob a luz da lua, comendo um belo prato de frutos do mar com os vinhos brancos locais.

Transforme as suas experiências na Itália em memórias inesquecíveis, ficando mais tempo em cada local e realmente desfrutando tudo o que eles podem oferecer.

Qual a melhor época para fazer o roteiro Toscana?

Tenho uma tendência a recomendar os meses da primavera e do outono, que associam, na minha opinião, todas as vantagens para conseguir aproveitar absolutamente tudo que o roteiro Toscana tem de melhor, como:

  • Poder caminhar bastante, sem ser absurdamente quente;
  • Não ter tantas filas nos principais pontos turísticos;
  • Se dar ao luxo de uma hospedagem um pouco melhor, com melhores tarifas;
  • Poder provar todos os vinhos tintos que lhe der vontade;
  • Poder desfrutar das Termas de Saturnia por horas e horas a fio, pois dentro d’água será mais agradável do que fora.

Então, a minha opinião são os meses de abril, maio e junho, e depois final de setembro e outubro. Não depois disso, pois a Toscana praticamente ‘fecha’ no inverno.

Planejando seu roteiro Toscana

Vou te contar uma coisa: não consigo começar a organizar a minha mala de viagem antes de decidir com que roupa vou viajar. Da mesma forma que depois que pesquiso e descubro quais lugares e pontos turísticos quero visitar em um destino, só começo a fazer a logística da minha viagem depois de decidir os hotéis.

Então, aqui vão algumas dicas para você organizar o seu roteiro Toscana, partindo da hospedagem e depois, outros itens essenciais!

Hospedagens

Para o roteiro de apenas 3 dias na Toscana, a minha recomendação é ficar em Florença. Você pode ficar no centro histórico ou mesmo em algum agitadíssimo nas redondezas.

Para o roteiro de 5 e 7 dias, eu recomendo como base Siena e arredores. Dá para fazer todo o entorno de carro de maneira fácil e com pouco tempo de direção. Nessa região poderia de indicar uma infinidade de lugares maravilhosos que conheço, entre eles:

Se o seu roteiro for de 10 dias, recomendo você mudar de base, pelo menos uma vez, explorando a região do Chianti, Florença e Siena em um dos locais listados acima, e depois, trocar de hotel para explorar as minhas outras dicas de Montalcino, Montepulciano, Pienza e arredores, se hospedando em Montalcino. Aqui indicaria:

E finalmente, para um roteiro de 15 dias, recomendo uma terceira troca, se hospedando nas últimas 4 ou 5 noites no coração da Toscana ‘contadina’, ou camponesa, ficando em Peccioli e ali, existem belíssimos agriturismos autênticos, geridos por famílias italianas que nada deixa a desejar em relação a conforto e qualidade do equipamento.

Um dos que eu sempre recomendo e vários amigos já se hospedaram é I Moricci, gerido por uma família pisana e que fazem ainda 3 rótulos maravilhosos de Sangiovese (um rosè e 2 tintos, um com passagem por barricas de carvalho), além de um belíssimo azeite extravirgem.

Mas também tenho outros para recomendar na região, como:

De modo geral, há centenas de opções de hospedagem na Toscana e com preços variados que podem atender desde viajantes mais econômicos a viajantes que não precisam limitar o dinheiro. Recomendo buscar por acomodações no Booking, pois ele oferece uma ampla gama de hotéis, agriturismo, casas para temporada, etc.

Escolha o melhor transporte para o período

Conforme comentei antes, a Toscana é bem servida pela malha viária, mas nas principais cidades. Para ir aqueles borgos medievais autênticos e pouco explorados turisticamente, você precisaria se servir de trem e depois de ônibus para completar os trajetos. Então, a minha recomendação para o roteiro Toscana será sempre alugar um carro.

Para fazer uma cotação de locação de carros, sugiro a DiscoverCars. A plataforma compara ofertas de aluguel de carros na Europa de diversas empresas, assim é mais fácil escolher qual é a melhor para sua viagem. Eles trabalham com locadoras internacionais renomadas e empresas locais, além de oferecer todos os tipos de carros, inclusive híbridos e 100% elétricos.

De qualquer forma, se você não quiser se preocupar com guiar, sugiro descobrir as melhores opções de preços, horários e possibilidades para deslocamento pela Omio. A Omio, também com aplicativo para o celular, te dá opções de trens, ônibus, voos e até balsas. É fácil de acessar e o aplicativo é super intuitivo.

Programe os passeios com antecedência

Muitos brasileiros estão acostumados a decidir passeios, museus e restaurantes em cima da hora. Mas aqui na Itália, assim como em muitos outros lugares da Europa, nas épocas de alta temporada, tickets para algumas atracões podem esgotar ou, se não estiverem esgotadas, as filas para a compra dos bilhetes são quilométricas.

Por isso, meu conselho é sempre comprar os bilhetes com antecedência e, além disso, muitas vezes eles oferecem combos promocionais que valem a pena. Uma das opções para a compra de bilhetes e até aqueles passeios bate e volta de um dia é o Get Your Guide. Por lá, encontra uma vasta lista de produtos, atrativos, combos e passeios, com a facilidade de transporte e guias incluídos.

Fique conectado durante a viagem

Para você já chegar conectado na Europa e não passar perrengue sem o Google Maps, por exemplo, que sempre salva, já saia do Brasil com um chip internacional.

Recomendo a America Chip, uma companhia que oferece chip internacional com excelente custo-benefício e que opera em mais de 200 países e vai oferecer uma boa cobertura durante o seu roteiro Toscana.

O que saber antes de viajar para Toscana

Para finalizar, vamos à parte mais burocrática para organizar a sua viagem e fazer o seu roteiro pela Toscana.

Providenciar a PID

Sim, a Itália é um dos países que exigem a PID — Permissão Internacional para Dirigir. Você não conseguirá alugar um carro sem ela nas locadoras.

A PID funciona meio que como uma tradução juramentada da CNH e é fácil de solicitá-la no Brasil antes da sua viagem.

Seguro viagem é obrigatório

Seguro viagem Itália é obrigatório e não dá para não ter!

E mais uma dica: nunca saia de casa, ou melhor, do seu hotel, sem seu passaporte e sua apólice de seguro; elas podem ser importantes para o caso de você precisar de algum atendimento médico.

Todos os países do Tratado Schengen exigem um seguro viagem para você entrar. Recomendo o Seguros Promo para a cotação, pois nele, você encontra uma ampla oferta de seguradoras com preços bastante atrativos.

Documentação e visto

Muitas vezes isso não acontece, mas, o pessoal da imigração pode pedir para você apresentar uma série de documentos na hora de entrar na Itália. E, claro, você não vai querer complicação, antes mesmo de começar a sua viagem, não é mesmo?

Então fique atento aos documentos que podem ser solicitados a você na sua chegada a Itália — e isso vale para quase todos os países da União Europeia.

  • Passaporte válido;
  • Passagens de ida e volta impressas;
  • Seguro viagem impresso. Se o cara da imigração for chato, ele vai olhar a ‘linha fina’ do seguro e ver se você contratou a cobertura mínima de 30 mil euros para despesas médicas e hospitalares (DMH);
  • Comprovante de reserva em hotel ou uma carta-convite do amigo ou parente que vai te hospedar, também impresso. Te digo que isso é bem mais difícil de eles pedirem, mas, como comentei acima, vai que nesse dia, o oficial dormiu mal — a gente nunca sabe;
  • Comprovante financeiro que pode ser dinheiro em espécie, extrato bancário ou cartão de crédito. Recomendo considerar ao menos 80€ por dia de viagem.

Brasileiro vai precisar de autorização para entrar na Europa em 2024

Você está sabendo dessa novidade? Sim, é triste, mas é verdade!

Turistas não precisam de visto para entrar na Itália. No entanto, a partir de 2024, portadores de passaporte brasileiro terão que solicitar uma autorização de viagem para entrar na Europa.

Mas calma, não é o fim do mundo, nem tampouco caro. Ele chama-se ETIAS (European Travel Information and Authorisation System), o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem.

Essa é uma autorização de viagem que entrará em vigor no começo do próximo ano e exigirá que brasileiros solicitem a autorização antes de sair do Brasil.

Levar dinheiro

A gente sempre se preocupa com levar dinheiro em espécie quando viaja para o exterior. Hoje em dia pensamos que não precisa mais, nem ao menos o cartão físico, pois todos aceitam cartão da ‘wallet’ ou pelo menos, um cartão de débito.

Mas saiba que nas cidades pequenas da Itália, não é bem assim!

Haverá sempre um pequeno borgo, uma confeitaria, um bar ou uma gelateria, que te dirá que para valores abaixo de 5€ ou 10€, a sua compra deverá ser paga ‘in contanti’, ou seja, em dinheiro em espécie. Portanto, nunca fique com a carteira vazia.

Além disso, não viaje só com o seu cartão de crédito, pois você gastará uma fortuna com IOF. O meu conselho é usar um daqueles cartões que você abastece com a moeda do país que for viajar e vai usando durante a viagem.

O que uso desde que cheguei à Europa é o cartão Wise. Com ele você transfere dinheiro para o cartão com a melhor cotação e as taxas mais atrativas do mercado. Além disso, ele é multimoeda e bem simples de gerir.

Bem, eu acho que já falei tudo — e mais um pouco. Sou sempre suspeita, pois, viajar pela Itália é meu calcanhar de Aquiles. Qualquer rota para mim dentro desse belo país é um passeio no parque e a Toscana é o meu jardim!

Espero ter te inspirado para uns dias nessa maravilhosa região da Itália!